O segundo dia de movimentação da Semana D – Festival de Design, evento promovido pelo Centro Brasil Design (CBD) e pela ProDesign>pr, teve diferentes frentes de debates. A manhã foi dedicada a reunião setorial envolvendo membros de instituições de ensino, poder público municipal e entidades ligadas à cultura e ao design para discutir políticas de fomento e promoção da cultura e do design. A intenção agora é eleger delegados do setor de design para que participem da Conferência Municipal de Cultura, que acontece entre os dias 20 e 22 de novembro, levando demandas do setor. Outra definição do encontro, foi o desenho de um grupo setorial de design em Curitiba, para fortalecer a discussão. “Existe um setorial de design em nível nacional e é muito importante que se crie em nível municipal para desenvolver políticas públicas para o design, visando a melhoria da cidade”, diz o presidente da ProDesign>pr, Túlio Filho.
Design de interiores
No fim da manhã, a Associação Brasileira de Designer de Interiores (ABD) realizou um meeting point com o arquiteto Alexandre Nobre e o engenheiro José Eduardo Botelho, da Elemento V, indústria cerâmica de elementos vazados sediada em Campo Largo.
Eles mostraram o processo produtivo, as formas e as aplicações das peças que têm uma forte identidade cultural com o Brasil. “Mais do que mostrar a nossa marca, conversar com os participantes da Semana D é uma oportunidade de divulgar as formas de uso desse elemento que é essencialmente construtivo e tem funções tanto de aumento da ventilação, quanto da luminosidade. Além disso, é um material de grande aplicação decorativa nos interiores”, afirma Nobre.
Colaboração e parceria
Comportamento, moda, design e cidade foram temas colocados na mesa redonda sobre economia criativa. Participaram do evento a estilista Carolina Gritten, da Velvet.Underwear, Henrique Cabral, empresário em negócios de moda, co-fundador da Casa Base e organizador da Semana Latino-Americana de Economia Criativa, Maria Eduarda Malucelli, criadora da marca Ovelha Negra Underwear e Suiane Cardoso, designer e criadora da marca Suiane Maria.
O bate-papo foi focado em como a conexão entre as pessoas pode fortalecer novas marcas e designers. “Criou-se a imagem errada de um ‘ser empreendedor’, como se fosse algo latente nas pessoas. É preciso perceber que grande parte de nós foi criada e educada para ser empregada e o processo de empreendedorismo precisa ser trabalhado. Daí a importância de ampliar as possibilidades da economia criativa na sociedade”, aponta Cabral.
A transformação do espaço urbano por meio do comércio local também foi abordada. “O Centro Histórico de Curitiba é um bom exemplo disso. A área degradada da São Francisco sofreu uma grande mudança. É claro que não está livre de problemas, mas é um exemplo de como a união do comércio local, de ações de arte e design e do poder público, podem mudar a cidade”, comenta Suiane.
Design é inovação
No fim da tarde, a analista do Sebrae Nacional Elsie Quintaes Marchini Caloête, apresentou como os pequenos negócios podem se valer do design para serem mais competitivos. “Design não é deixar algo bonito, muito menos inacessível. Procuramos despertar nos empresários a importância de pensar no design em todos os aspectos: serviços, embalagens, produtos, entre outros”, aponta.
A profissional apresentou os materiais de apoio disponíveis para os empresários perceberem a importância de contratar um designer ou escritório que possa dar suporte no desenvolvimento de soluções no campo do design. “Por vezes um pequeno empresário não tem conhecimento da importância de investir nessa área. Temos exemplos bastante importantes de empresas que investiram em design e mudaram seu negócio”, explica Elsie.