Segundo maior polo da indústria moveleira do Brasil, a cidade de Arapongas, no norte do Paraná, recebe entre esta quarta-feira (15) e sexta-feira (17) o 9º Congresso Nacional Moveleiro no Centro de Eventos Expoara. O evento, que reúne palestras e workshops focados para o segmento, acontecia anualmente em Curitiba e foi redirecionado para a cidade no interior, buscando focar e capacitar a indústria local.

“O setor gera 9,3 mil empregos diretos em Arapongas e cidades da região e vem aumentando o olhar para o mercado internacional”, aponta Irineu Munhoz, empresário do setor e coordenador do Conselho Setorial da Indústria Moveleira na Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná).

O tema desta edição é “Virtual + Real – Convergir para gerar vantagem competitiva”. “O evento tem uma abrangência nacional e acontece em uma cidade que é um polo do setor. O Sistema Fiep entende que esta é uma oportunidade de mostrar à cadeia produtiva inovações, oportunizar networking e negociações que são fundamentais para qualquer indústria”, diz o presidente da entidade Cláudio Petrycoski. A abertura contou com palestra da empresária Luiza Helena Trajano, diretora da rede de lojas Magazine Luiza, que reforçou as mudanças no mercado de varejo de mobiliário e outros itens para casa.

O economista sócio-diretor do IEMI – Inteligência de Mercado Marcelo Prado aponta que o cenário de grande pessimismo de 2016, vem dando espaço para uma sensível recuperação experimentada em 2017 e que vem se confirmando em 2018. “Analiso que este é o ano dos bens duráveis, onde se encontram os móveis, automóveis e outros e aí vê-se uma grande oportunidade para a indústria.”

No entanto, na avaliação do profissional, a indústria precisa se aproximar do consumidor e entender o que ele consome, qual a sua necessidade. “Cada pessoa quer adquirir o melhor dentro das suas possibilidades. Então não adianta competir só com preço, é preciso acreditar e desenvolver um estilo, evitar as cópias e reforçar a indústria local com a brasilidade e o design. Isso vale também na hora de exportar. A indústria que insiste em móveis que não tenham esse componente fica refém de ter um preço competitivo e só”, sentencia.

Na mesma perspectiva, Ana Brum , diretora técnica do Centro Brasil Design, vê que a presença de profissionais criativos dentro das indústrias é decisiva para tomada de decisões mais assertivas e rentáveis.

A forma como as pessoas vivem e o perfil do que vem sendo chamado de “novo consumidor” nortearam o  projeto do espaço Estilo de Vida, ambiente que já é tradicional no congresso e busca apresentar casas reais. Este ano a assinatura é da arquiteta Katalin Stammer. “Busquei apresentar um circuito de tecnologias que permitissem de forma bem prática apresentar um ambiente desde o surgimento da ideia até a execução do ambiente”, afirma.

As quatro etapas contemplam: o olhar virtual com realidade aumentada, a visão técnica do projeto em duas dimensões, a realidade em miniatura e impressão 3D e, por fim, a materialização do espaço finalizado.

“Com o projeto, a intenção é estimular o imaginário das pessoas por meio de um percurso que vai do ambiente virtual ao ambiente físico. O foco é um espaço único que mostra todas as fases de um projeto e o que é relevante na hora de escolher o mobiliário: praticidade, funcionalidade, qualidade e tecnologia aplicada. Ainda mais neste cenário de ambientes desmaterializados, apenas com os móveis e produtos essenciais”, conclui Katalin.

A organização do congresso, em parceria com a Expoara, uniu aos debates e rodadas de negócio, a primeira edição da Mostra Móveis, com 60 expositores apresentando os lançamentos da indústria em design, mobiliário e decoração. São indústrias do PR, SC, RS, MG e SP. A intenção é atrair também o público varejista para o evento e contemplar toda a cadeia.