Comitiva de Curitiba participa do principal evento de cidades inteligentes do mundo; acompanhe
Fotos: Milena Seabra / Gazeta do Povo
A partir desta terça-feira (13), os olhos do mundo estão voltados para Barcelona, cidade que anualmente é palco do Smart City World Congress, mais importante evento focado nos temas de transformação digital, mobilidade, urbanismo, governança e cidades inclusivas e compartilhadas. O congresso, que acontece até quinta-feira (15/11), reúne 700 delegações de cidades, 840 expositores e 400 palestrantes.
HAUS está presente na edição 2018 do evento acompanhando as discussões, novidades e insights que serão apresentados até o próximo dia 15, último dia de programação. Afinal, “nunca seremos nada que não tenhamos imaginado, por isso a imaginação e inspiração são fundamentais”, como pontua Josep Piqué, presidente da Lá Salle Technova e ex-CEO da 22@Barcelona, antiga área industrial da capital catalã que passou por um processo de renovação urbana tido como um dos mais ambiciosos da Europa.
Vale destacar que o termo Smart City não é pautado apenas na tecnologia, mas também, e especialmente, em como ela pode ser direcionada à resolução de problemas complexos que fazem parte do cotidiano das cidades e de seus cidadãos.
Presença nacional
Discutir estas possibilidades e apresentar o que já se faz no Brasil neste sentido estão entre os objetivos da comitiva brasileira que participa do Smart City World Congress, e que reúne mais de 50 pessoas (de seis estados e 14 cidades brasileiras), dez vezes mais da que participou do evento em 2014.
Entre elas estão o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, que apresentou o que a cidade tem realizado para manter o título de capital latina das cidades inteligentes, conquistado em 2017, citando inovações como o Vale do Pinhão, o aplicativo Saúde Já, o Worktiba Barigui e os Faróis do Saber e da Inovação.
“Dado o grande êxito do evento, a FIRA e a cidade de Barcelona buscam ter como parceiras outras cidades pelo mundo que demonstram sua sensibilidade e interesse por todos os projetos de Smart City. Assim temos acordos com cidades como Quioto, no Japão, e Montreal, no Canadá. O Brasil é um grande centro de projetos relacionados às Smart Cities. E, no Brasil, Curitiba é a cidade que é mais sensível e que realiza mais atividades sobre o tema”, aponta Ricard Zapatero, CEO da Fira Barcelona, organizadora do congresso. Por isso, segundo ele, há o interesse da organização de fazer de Curitiba a capital dos projetos de Smart Cities no país.
Zapatero também destaca o êxito da primeira edição brasileira do congresso, realizada no último mês de março, em Curitiba, e vislumbra um cenário ainda mais promissor para o próximo congresso em solo nacional, marcado para março de 2019, também em Curitiba. “Os projetos de Smart Cities avançam quando há uma parceria público-privada. Quando as ideias e projetos nascem das administrações públicas e das empresas. Em Curitiba, nosso plano é o de possibilitar que essas parcerias tenham êxito“, aponta.
Na edição catalã do evento, Curitiba concorreu o prêmio Smart City Awards, na categoria Ambiente Urbano, com o programa Horta do Chef, que incentiva agricultores urbanos a venderem parte dos alimentos que cultivam a restaurantes da cidade. O vencedor desta categoria foi um projeto desenvolvido em Xangai, na China, com um distrito industrial ecológico e verde.
Curitiba passa a integrar iniciativa global de cidades inteligentes
Ainda durante o evento, Curitiba firmou uma parceria e passará a integrar o programa City Possible do Grupo Mastercard, parceiro global do Programa Cidades do Pacto Global das Nações Unidas (ONU). A iniciativa internacional reúne especialistas e cidades que querem desenvolver de forma colaborativa soluções para a formação do futuro das cidades. O anuncio foi feito ao prefeito Rafael Greca pelo vice-presidente executivo da Mastercard, Miguel Angel Gamiño Jr.
Em entrevista para a HAUS, Greca expôs a expectativa com o programa. “[A participação no programa] representa um passo adiante no programa de inovação como estratégia de desenvolvimento social e urbano. Significa uma nova fronteira de desenvolvimento tecnológico. Propus atuação em duas áreas: na cidade estabelecida como o Centro Histórico e nos bairros elegantes; e na cidade das comunidades e áreas de reurbanização. Queremos trabalhar nas duas pontas, unificando a cidade e tornando-a socialmente justa”, disse.
Perguntado sobre áreas específicas de atuação do programa, o prefeito apontou alguns caminhos como a “modernização da rede de webs e de fiação e também como parceiros de iniciativas de justiça social como as hortas urbanas ou os novos sistemas de esgoto.” Entretanto, Greca ressaltou que todos os projetos ainda dependem de conversa com os técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
O ambiente digital da plataforma reúne conteúdos multimídia que destacam os desafios que as cidades enfrentam e as formas como os setores público e privado podem trabalhar em conjunto para beneficiar cidades. De acordo com o prefeito, na primeira semana de janeiro de 2019, uma missão do Programa Cidades da ONU e da Mastercard deve vir a Curitiba para iniciar uma conversa mais alinhada de desenvolvimento do projetos.
* com informações de Milena Seabra, diretora corporativa do GRPCOM, que compõem a comitiva brasileira que participa do Smart City World Congress.
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