Andanças por Milão

Keyse Caldeira
18/06/2010 03:01
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No primeiro dia, fui direto para o centro de Milão conhecer os belos pontos turísticos Duomo e da Galeria Vittorio Emanuele. A cidade realmente respira o Salão do Móvel, com publicidade e eventos paralelos esparramados por todos os cantos. Impressionante o envolvimento e o comprometimento dos setores público e privado em cravar o sucesso e a grandiosidade do evento. Há muita informação aos turistas e até preço especial do ticket do metrô até o Rho Fiera Milano (local do Salão), que fica a 40 minutos do centro da cidade italiana.
No dia seguinte, fui ao Salão de Milão. Uma multidão aguardava a abertura da feira. Minha credencial era um código de barras impresso, passei pelo leitor óptico do EasyAccess e em menos de 30 segundos minha permissão de entrada estava impressa. A tecnologia ajudou, mas foi preciso enfrentar uma multidão para passar pelas catracas do evento. Uma loucura. Levei uns 25 minutos para conseguir entrar na mostra.
Fui até a sala de imprensa me apresentar e retirar os press-kits do evento. Cada um dos cinco mil jornalistas estrangeiros que cobriram o evento recebeu uma linda mochila vermelha de rodinhas. Super prática para carregar quilos e quilos de material de divulgação das indústrias expositoras (eu trouxe mais de 20 quilos de papel da viagem). De tão linda, os visitantes me perguntavam onde havia comprado a mochila, se eu conseguiria outra e quase me fizeram uma proposta de compra. Mas resisti.
O evento é tão grande, espalhado por 20 pavilhões, que assusta quem o visita pela primeira vez. São milhares de móveis, centenas de marcas, e acredito que seja impossível fazer uma boa cobertura jornalística do evento em menos de três dias de visitação. Simplesmente impossível.
Para quem pretende conhecer o Salão de Milão é preciso ter bastante disposição física para caminhar quilômetros e quilômetros dentro do evento. Paciência é vital para enfrentar filas e disputar um espaço nos estandes para ver e tocar os móveis expostos. Tudo isso é recompensado pela oportunidade de conversar com designers de várias partes do mundo e conhecer seus trabalhos. Outra maratona é o almoço, a maioria dos restaurantes fica super lotado no horário de pico, mas o preço é camarada para o padrão europeu. Sem falar nos sabores (é redundante falar disso se tratando de Itália) das massas divinas, molhos espetaculares e pizzas magníficas. Perfeito.
O retorno “cinzento”
A volta da viagem foi um tanto quanto caótica. Sob ameaça das cinzas do vulcão islandês, o aeroporto de Malpensa ficou fechado desde sábado (17 de abril) e só reabriu parcialmente no dia do meu voo (20 de abril). Fiquei por conta da TAM. Pela manhã, liguei na companhia e me informaram que não havia aeronave disponível para o voo das 22 horas e que provavelmente seria adiado. Fiquei tranquila e fui passear no centro. Retornei à tarde e ao ligar para a TAM confirmaram meu retorno e sai correndo para o Malpensa com medo de perder a minha vaga.
Chegando lá, só havia brasileiros no aeroporto, que estava vazio (uma paisagem sinistra). Pouquíssimas companhias estavam operando. Mas no local da TAM, dezenas de pessoas querendo embarcar no voo para Guarulhos após três dias de cancelamento. Um caos total. Pessoas nervosas brigando com os funcionários da companhia aérea e um check-in exaustivo que levou mais de três horas. No fim das contas, praticamente todos os que aguardavam (inclusive os passageiros dos voos cancelados) conseguiram embarcar. Confesso que não tenho medo de voar, mas as cinzas vulcânicas pairando no céu europeu me deixaram muito tensa. Quando o avião decolou, o clima foi de alegria geral. Teve até aplausos. Fim de viagem com chave de ouro.