Estilo & Cultura
Volta ao passado: 5 comércios tradicionais que mantêm a cara de antigamente

Cantina Baviera foi inaugurada em 1972. A casa é de 1900. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo
Voltar para uma Curitiba de outros tempos não é difícil, pelo menos fisicamente. A capital ainda guarda restaurantes, sorveterias, armazéns e bares com décadas de funcionamento que conservam sua decoração ou estrutura de outrora.
Confira abaixo 5 estabelecimentos de Curitiba que podem te levar para o passado
Sorvetes Gaúcho
O estabelecimento localizado no São Francisco, aberto em 1955, é o responsável por “mudar” o nome da Praça do Redentor, que atualmente é conhecida como Praça do Gaúcho. As características originais da construção ainda estão por lá, como a fachada revestida parcialmente de pedras e interior azulejado. Os móveis de fórmica também remontam à época, assim como as máquinas de sorvete, de origem italiana, que são da década de 50.

O negócio continua sendo administrado pela família do Gaúcho, Adalberto Pinto dos Santos. Seus filhos tocam a empresa e mantém diversas tradições do pai, como as pazinhas de madeiras, e os sabores mais pedidos são os mesmos desde que a casa abriu: morango, chocolate e creme — que atraem centenas de pessoas para a sorveteria nos finais de semana.
Lanchonete Montesquieu
Famoso por seu X-Montanha e ponto de encontro de muitos estudantes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, antigo CEFET, a Lanchonete Montesquieu (ou Pastel do Álvaro) mudará de local em breve. O prédio, que abriga o estabelecimento no Rebouças desde 1978, foi adquirido por uma construtora e será demolido.

Também negócio familiar, a lanchonete fundada por Hiroyuki Ota, mais conhecido como Seu Zé, é tocada hoje por seu filho, Álvaro Ota. As características da casa mantêm-se as mesmas desde seu início: os tons pastéis do azulejo e balcão, disposto de forma central para atender tanto um lado quanto outro, e seu piso quadriculado. Uma história que nenhum trator passará em cima.
Armazém Santa Ana
Construção de 1934 localizada na Avenida Senador Salgado Filho, no Uberaba, o Armazém Santa Ana é um ponto de referência na região. A casa de madeira alaranjada, que tem cestos de vime, vassouras, enxadas e outros diversos itens domésticos e alimentos, também atende almoços e happy hour desde 1990.

O estabelecimento está sob comando da terceira geração da família meio ucraniana, meio polonesa, que cuida de tudo nos mínimos detalhes para manter a tradição acesa — precisa de um tamanco de madeira ou uma panela de ferro? Também têm por lá.
Baviera
Inaugurada em 1972 em uma casa de 1900, a cantina italiana Baviera preza por suas raízes — tanto no menu quanto na decoração. Localizada na frente da trincheira da Alameda Augusto Stellfeld, a construção é um mergulho a referências antigas: sem janelas, luminárias da Catedral Metropolitana de Curitiba iluminam o local, gravuras da época da colonização alemã ocupam as paredes e diversos objetos antigos compõe a decoração.

Giovanni Muffone, filho de pai italiano e fundador da cantina, encontrou o local a partir de um amigo, Victor Siesko. A casa, na época propriedade da família Hauer, se revelou um ótima opção para se instalar a Baviera: a entrada do estabelecimento fica nos antigos porão e garagem, o forno à lenha fica na lavanderia e o salão com mesas fica na antiga sala de cinema da família.
Bar Stuart
Bar mais antigo de Curitiba, o Stuart foi fundado em 1900 (apesar de diversos registros apontarem 1904) por Joseph Richter e passou por dois locais até encontrar seu ponto atual, fixo desde os anos 1930: a esquina da Praça Osório com a Alameda Cabral. Comandado agora pelo empresário Nelson Ferri, o bar foi frequentado por diversas personalidades: políticos, jornalistas, poetas e artistas da cena teatral curitibana — todos são responsáveis pelo tradicional status boêmio do Stuart.

As paredes bicolores são recheadas de fotos dos que passaram por ali, assim como a área do bar é repleta de garrafas — algumas raras e com preço inestimável, dizem. O mobiliário, sem muitos adornos, exala muito mais a história do local do que a sua forma.
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