Estilo & Cultura
Tijucão Cultural abre as portas de um dos edifícios mais emblemáticos de Curitiba
Tijucão Cultural ocupou edifício emblemático da cidade. Fotos: Letícia Akemi/Gazeta do Povo (esq.) e Mariana Domakoski/Gazeta do Povo (dir.)
Quem passou neste sábado (19) pelo Edifício Tijucas, na Boca Maldita, pode conferir de perto uma verdadeira ocupação cultural dele e do entorno. Mais de 30 artistas expuseram seu trabalho em mais de 30 salas espalhadas pelos 21 andares deste edifício emblemático da cidade de Curitiba durante a quarta edição do Tijucão Cultural, iniciativa promovida anualmente para destacar a cena artística local.
Era só subir e descer pelas escadas ou elevadores e ir entrando nas salas que estavam abertas. Até as 20 horas, obras de arte, fotografias, colagens e até mesmo intervenções ocuparam o prédio construído no final dos anos de 1950 e que possui unidades comerciais e residenciais.
A escolha do Edifício Tijucas para o evento tem muito significado, como explica Bruna Fronza, do espaço colaborativo Das Nuvens, idealizador do Tijucão Cultural. “O Tijucas é um ser vivo. Nele, funciona um cidade, tudo o que você precisa, ele tem dentro dentro”, afirma. “Uma das ideias era mostrar a economia criativa que existe aqui dentro”, completa.
Muitas pessoas que passaram pelo evento passeavam pela primeira vez pelos corredores do edifício que foi um “monstro” na paisagem do Centro: com seus traços modernistas, já foi o mais alto do entorno. Aline Skodowski, de 21 anos, é uma delas. “Essa apropriação é muito interessante de ver. E desperta o olhar para a cidade como um todo”, diz a estudante de Arquitetura.
Os estudantes de Direito Nicole Mattoso, 21 anos, e Alexandre Madruga, 23, e o estudante Wesley Madruga, 19, também estavam no evento. Nas escadas do Tijucas, afirmaram que um dos pontos altos era a mobilidade permitida, de subir, descer e entrar nas salas. “Já passei várias vezes pela galeria e nunca tinha notado o tamanho do prédio que havia acima”, reflete Alexandre.
Para o arquiteto Anderson Almeida, de 35 anos, o evento permitiu que as pessoas descobrissem o Edifício Tijucas por dentro. “Isso possibilita observar e pensar sobre as diferenças de construção daquela época”, afirma. Para a editora Olga Krieger, 34, é um momento de junção. “O Tijucas é muito significativo, marcou muito nossas vidas. É bacana ver arte moderna e tantos artistas jovens expondo em um prédio tão antigo”, diz. Paula Morais, arquiteta e fotógrafa de 35 anos, afirma que é uma forma de dar o destaque merecido ao Centro da cidade por meio de suas edificações. “Revive o Centro, faz com que o curitibano conheça a história da cidade”, reflete.
O Tijucão Cultural também teve música. Em um palco montado na Rua XV, em plena Boca Maldita, uma das atrações foi a rapper curitibana Karol Conka, acompanhada de Tássia Reis e Janine Mathias. “Frequento o centro de Curitiba há anos. Cantar aqui, com tanta gente prestigiando, muitas pessoas do rap, do skate, é emocionante”, afirma a cantora.
*Especial para a Gazeta do Povo