Sítio arqueológico escondido na Arábia Saudita terá novo centro cultural

Depois de séculos de extrema discrição com relação ao seu território, a Arábia Saudita passou a explorar o turismo arquitetônico com mais intensidade nos últimos anos, enxergando nele uma possibilidade de abrir suas fronteiras e arrecadar recursos. Além de facilitar o acesso às ruínas que compõem o sítio arqueológico de al-Hijr, na cidade antiga de Mada’in Saleh, o país também anunciou em 2016 a construção de um hotel nas proximidades do local.

Agora, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, divulgou em comunicado oficial que está em negociação com a casa de leilões norte-americana Sotheby’s sobre a criação de um novo centro cultural, a ser construído na região de Al-Ula. Assim como o hotel, o centro seria erguido muito perto da antiga cidade de Mada’in Salih, considerada Patrimônio Mundial da Unesco, entre os elaborados edifícios de arenito de dois mil anos de idade.

A ligação com a Sotheby’s se dá através do co-presidente da empresa, Allan Schwartzman, que também faz parte do conselho consultivo da Comissão Real de Al-Ula, responsável por auxiliar no desenvolvimento da região. Schwartzman é também o líder da Art Agency Partners, empresa de consultoria de arte da Sotheby’s, que está envolvida na criação do complexo cultural e artístico.

No comunicado, um porta-voz da Comissão Real de Al-Ula disse que a colaboração com a Sotheby’s estava em “fase exploratória”. Até agora, a Sotheby’s convidou mais de uma dúzia de artistas para apresentarem propostas para o projeto, sem, no entanto, ter selecionado nenhuma ainda.

Em vez disso, a Sotheby’s vê a tarefa dos artistas como “sonhar seu maior sonho e imaginar um projeto que pode ou não ser realizado, mas que representará a expressão máxima deles como artistas.”

Embora a proposta espacial do redesenvolvimento da área ainda não exista, um plano estratégico para a região está em andamento. Qualquer proposta pode levar de seis a nove meses, e a construção dos edifícios outros três ou cinco anos.