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Idealizada pelos nazistas, ponte bilionária de 19 km é inaugurada por Putin na Crimeia
Foto: Alexander Nemenov/AFP | AFP
O presidente Vladimir Putin inaugurou nesta terça (15) uma ponte de 19 km e exorbitantes R$ 13 bilhões ligando a península da Crimeia ao território continental russo, selando a união com a região que reabsorveu da Ucrânia em 2014.
Batizada de Ponte da Crimeia e apelidada de Ponte Putin, sobre o estreito de Kerch, a estrutura vai permitir uma ligação entre a província de Krasnodar, no sul da Rússia, e a isolada península, que só tem fronteira por terra com a Ucrânia, que a reclama como seu território. Ela tem faixas viárias e também para trens, que só serão abertas no fim do ano.
Quando estiver totalmente operacional, em 2019, terá capacidade para o transporte de 14 milhões de pessoas e 13 milhões de toneladas de produtos de lado a lado. Não que tal tráfego seja esperado: moram na Crimeia 2,3 milhões de pessoas, hoje abastecidos por meio de navios que cruzam o mar de Azov e aviões que pousam em Simferopol.
A obra já havia sido tentada em 1943, quando os nazistas ocupavam a região, mas ficou inacabada com o avanço das tropas soviéticas. A ponte começou a ser construída em sua nova encarnação em 2016 pela construtora de Arkadi Rotenberg, um amigo do círculo íntimo de Putin.
Putin tem uma queda especial por pontes. Em 2012, inaugurou o maior modelo estaiado em Vladivostok (Extremo Oriente). Obra de 81 bilhões de rublos (R$ 4,7 bilhões), ela liga o famoso porto à remota ilha Russki, onde foi construída uma universidade para estimular a integração e a inovação na região mais desabitada da Rússia.
Curiosamente, a ponte também adorna uma nova nota russa, a de 2.000 rublos (R$ 117). Só não se sabe se a sua irmã na Crimeia terá o mesmo destino que lhe coube: pouquíssimos automóveis, geralmente de fabricação dos vizinhos Japão e Coreia do Sul, cruzam a obra faraônica todos os dias.