Estilo & Cultura
Designer brasileiro é nomeado patrono de arte em prêmio internacional de Cultura
Foto: Tatiana Cardeal/Divulgação | Tatiana Cardeal
Trançado com palha de carnaúba e entalhes em borracha de caminhão. A exaltação de trabalhos cotidianos, que fazem parte do dia a dia dos moradores de Várzea Queimada, cidade localizada no interior do Piauí, rederam ao designer Marcelo Rosenbaum o título de patrono de arte pelo Prêmio Montblanc de Cultura.
O anúncio, oficializado no último dia 23 pela Fundação Cultural Montblanc, em Roma, reconheceu o projeto “A Gente Transforma”, que integra o instituto de mesmo nome e teve início em 2012.
Valorização
Multidisciplinar, o projeto “A Gente Transforma” partiu da imersão de profissionais de diferentes áreas no povoado nordestino de Várzea Queimada. O objetivo era o de que eles conseguissem compreender, por meio do artesanato local, os valores desta comunidade de forma a que ela pudesse se apropriar de suas raízes e fazer delas uma ferramenta para mudar sua realidade.
Neste processo, a equipe de criativos identificou no bogoió (cesto de palha trançada utilizado na rotina doméstica das famílias) e nos entalhes em borracha de caminhão (realizados pelos homens como forma de complementar a renda das famílias) os saberes que identificavam aquela população.
Ressignificadas por meio do design, tais produções ganharam valor e adquiriram o status de arte, apresentando a produção e os saberes dos 900 moradores de Várzea Queimada para o mundo. Segundo o projeto, de 2012 até a metade de 2016, cerca de R$ 100 mil em negócios foram gerados para a comunidade local.
O prêmio
Além de Rosenbaum, o Prêmio Montblanc de Cultura reconheceu outros 13 patronos de arte em países da Europa, Ásia e Américas. No total, a premiação irá distribuir 200 mil euros (cerca de R$ 875 mil) para apoiar os projetos dos patronos. Desde 1992, ano de criação do prêmio, cerca de cinco milhões de euros (R$ 22 milhões, aproximadamente) já foram distribuídos.