Estilo & Cultura

Justiça condena criador do museu Inhotim por lavagem de dinheiro

HAUS*
16/11/2017 21:46
Thumbnail

Foto: Marcelo Coelho/Divulgação

Bernardo de Mello Paz, empresário que idealizou o museu Inhotim em meados dos anos 1980, foi condenado a nove anos e três meses de prisão por lavagem de dinheiro em movimentações financeiras de empresas das quais foi sócio.
A decisão é da 4ª Vara do Tribunal Regional Federal de Belo Horizonte, proferida em setembro, mas só divulgada pelo Ministério Público Federal de Minas Gerais (MPF-MG) nesta quinta (16). A irmã dele, Virgínia Paz, foi condenada pelo mesmo crime a cinco anos e três meses, em regime semiaberto. A defesa de ambos já recorreu da sentença.
O Centro de Educação e Cultura Burle Marx abriga em seu topo a obra “Narcissus Garden Inhotim”, da japonesa Yayoi Kusama. Foto: Marcelo Coelho/Divulgação
O Centro de Educação e Cultura Burle Marx abriga em seu topo a obra “Narcissus Garden Inhotim”, da japonesa Yayoi Kusama. Foto: Marcelo Coelho/Divulgação
Segundo a juíza Camila Velano, “ficou claramente constatada existência de enorme confusão patrimonial e contábil entre as diversas empresas do Grupo Itaminas”. Ainda de acordo com a Justiça, ficou demonstrado que “a conta da Horizontes não visava unicamente à manutenção do Instituto Cultural Inhotim, mas também servia de conta intermediária para diversos repasses às empresas do Grupo Itaminas”.
Na sentença, a juíza ressaltou que Paz teria um comportamento de “não cumprimento de obrigações fiscais e previdenciárias, revelando completo descaso das empresas em relação ao Fisco”. As dívidas da Itaminas com a Fazenda Pública chegam a mais de R$ 600 milhões.
Obra Narcissus garden", de Yayoi Kusama  (1966).<br>Foto: Instituto inhotim / Divulgação.
Obra Narcissus garden", de Yayoi Kusama (1966).<br>Foto: Instituto inhotim / Divulgação.
Marcelo Leonardo, advogado de Bernardo Paz, afirma que a sentença é injusta. “Ele é inocente, a decisão é injusta, por isto nós já recorremos para o Tribunal Regional Federal da Primeira Região, onde a gente espera que a decisão seja revertida e ele, absolvido.”
Leonardo afirma que os fatos não têm relação com o Instituto Inhotim. “ Eles dizem respeito a episódios de 2007 e 2008, relativos a empresas de mineração e siderurgia de que Bernardo foi sócio”. Em sua argumentação, o advogado diz se tratar de alterações financeiras regulares.
*Com Folhapress.

LEIA TAMBÉM