O que leva alguém a rasgar, destruir ou simplesmente jogar fora uma fotografia? O que de tão doloroso ou intolerável há nessas imagens? Ou não há nada? A curiosidade por essas histórias foi o ponto de partida da fotógrafa e artista visual Nicole Lima para criar e desenvolver o seu mais novo projeto: Segunda Infância: eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina.
Daí resultou uma exposição fotográfica que abre no próximo domingo (4), às 12 horas, no Museu da Fotografia de Curitiba, no Solar do Barão. A mostra conta com apoio do Fundo Municipal da Cultura, via Fundação Cultural de Curitiba.
Por três anos a artista vem recolhendo e guardando negativos, slides e fotografias que os outros não querem mais. Muita coisa chegou por doação, mas a artista também utilizou fotos de seu arquivo pessoal.
“Esse inventário que apresento foi tecido a partir do entrecruzamento de imaginários vivos e mortos: restos de fotografias impressas descartadas por seus donos das quais me apropriarei para reapresentá-las destruídas ou reconstituídas, conforme as instruções de seus doadores”, explica a fotógrafa.
A exposição permite que o espectador participe triturando suas próprias fotografias e lembranças indesejáveis. Na segunda sala, uma pausa que invoca um olhar para dentro de si a partir, exclusivamente, da escuta. O ambiente é composto por depoimentos de cegos tardios em resposta a uma única pergunta: de que fotografias você se lembra?
SERVIÇO:
Data: de 04 de outubro a 10 de dezembro de 2015.
Horário para visitação: de terça a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 18h, sábados e domingos, das 12h às 18h.
Onde: Museu da Fotografia Cidade de Curitiba.
Endereço: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533.
Ingresso: gratuito.