Eco confete e outras ideias sustentáveis e originais para o carnaval

Nos últimos anos, a sustentabilidade vem dando o tom do Carnaval e as micropartículas de glitter, os excessos de plástico e de papel vêm sendo obrigados a abrir alas e deixar passar as alternativas mais ecológicas.

Entre as tendências que embalam esse movimento estão a do glitter biodegradável e a de fazer seu próprio confete, usando, para isso, apenas um perfurador de papel e algumas folhas secas. Foi assim que nasceu a ideia do ECOnfete, um tipo de confete ecológico que aproveita materiais que, depois da folia, não vão poluir o meio ambiente.

O ECOnfete foi criado pelo engenheiro ambiental e sanitarista Vitor Hugo de Goes Sampaio, que propõe um produto incrivelmente fácil de fazer e que funciona não bem quanto o confete feito com papel, recortado em folhas de árvores.

“O confete tradicional é feito a partir de folhas de jornais, revistas, celofane, papel metalizado e outros materiais. Além disso, são acondicionados em sacolas plásticas descartáveis. Ao deixarmos o entusiasmo da festividade de lado e analisarmos de forma racional essa prática, na verdade estamos jogando resíduo diretamente ao chão”, lembra ele.

Segundo Vitor, “[este lixo] por sua vez irá sujar as ruas, se decompor após um longo tempo e, em grandes quantidades, pode prejudicar o sistema de drenagem urbano e até mesmo chegar às estações de tratamento ou ambientes aquáticos”.

Para se preparar para o Carnaval, Vitor sugere escolher folhas largas, o que facilita o manuseio e a perfuração das mesmas. “Para evitar alergias ou intoxicações, é importante não utilizar plantas como o neem (ou nim) indiano, espada de São Jorge, ortiga, comigo-ninguém-pode, pinhão-roxo, normalmente plantas que possuem látex e algumas outras ornamentais já conhecidas pela toxicidade. Podemos utilizar folhas de mangueira, cajueiro, amendoeira-da-praia, dentre outras plantas”.

Outra dica dele, ao escolher a folha, é verificar também o estágio de decomposição e presença de fungos, processo natural e comum a toda matéria orgânica. “Após essa análise rápida, pode ser feito uma assepsia simples com água e sabão neutro, fazendo movimentos suaves para não danificar o material. Se não for utilizar imediatamente, é possível deixar secar ao sol para retirar um pouco da água presente na folha verde, retardando assim o processo de decomposição”.

E não é preciso nem mesmo colorir o material antes de perfurar. “As folhas já possuem uma coloração linda. É possível encontrá-las em diferentes tonalidades das cores amarelo, marrom, verde, laranja… Então a dica é aproveitar o material da maneira mais natural possível. Fica super colorido e sustentável”.

Mas, de nada adianta fazer confete natural e distribuir aos convidados em sacos plásticos. “Use potinhos de vidro para armazenar o econfete e o glitter biodegradável, além de prático ainda dá para colorir diferentes cantos da casa e deixar mais fácil o acesso para as pessoas se divertirem. Além disso, vasos de plantas e roseiras também trazem vida ao ambiente”.

Outra dica sustentável, segundo ele, é fazer máscaras ou itens temáticos a partir do reaproveitamento de materiais como papéis de rascunho, papelão, caixa de leite e sapato, garrafas de vidro, latas, entre outros. “Copo e canudo reutilizáveis também são uma tendência ecofriendly, ainda deixará a festa com um toque intimista sem esquecer dos cuidados para com o meio ambiente, uma vez que será evitado o descarte de copos e canudos plásticos”, completa Vitor.

Para tornar a festa ainda mais colorida, outra sugestão é investir em elementos naturais como as flores e frutas, que exaltam a brasilidade da decoração. Fazer arranjos multicoloridos de flores, combinados a algumas frutas da estação, em composições com e galhos e folhas de diferentes tipos e tamanhos. É possível adotar também a ideia das folhas e fazer recortes diferentes para decorar os arranjos.

Espetinhos ou pequenos cachepôs com frutas picadas também podem ser ideias para transformar o cardápio em decoração, abusando das cores e sem usar elementos artificiais.

Segundo a arquiteta de interiores Ana Cristina Ávila, é possível pensar em uma decoração sustentável e que transmita alegria, cores e diversão. “Devemos sempre avaliar o material escolhido com muito critério, para que essa composição seja feita com sucesso”.

Para isso, outra boa ideia é investir em decoração feita em casa. “Painéis decorativos feitos de juta e fitas coloridas podem formar paredes lindas. Montar objetos como flores feitas de garrafa pet, ou máscaras coloridas feitas de garrafa de produtos de limpeza”, exemplifica.