Estilo & Cultura

Curitiba: uma cidade para ser fotografada no inverno

Mariana Domakoski*
29/06/2016 00:59
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Entardecer gelado na paisagem curitibana, com destaque para a luz dourada e o contorno dos prédios. Foto: Nani Gois/Acervo pessoal

Com a correria do dia a dia talvez você não perceba, mas, no inverno, Curitiba fica mais “fotografável”. As manhãs de geada rendem cliques glaciais, enquanto que as tardes chuvosas reforçam nosso corpo e alma “londrinos”. Temos neblina e muito cinza. Mas quando vem o sol, sorrimos, os prédios e as pedras das calçadas de petit-pavê brilham e as cores da natureza se ressaltam.
Petit-pavês escorregadios da Rua XV na tarde chuvosa. Foto: Orlando Azevedo/Acervo pessoal
Petit-pavês escorregadios da Rua XV na tarde chuvosa. Foto: Orlando Azevedo/Acervo pessoal
“É uma cidade que proporciona um grafismo fantástico, que ajuda o fotógrafo porque se permite fotografar”, reflete o editor de fotografia da Gazeta do Povo, Alexandre Mazzo. A paisagem construída pelo homem por aqui também é digna de retratos, como afirma o repórter fotográfico Nani Gois. “Curitiba tem prédios geralmente limpos e bem conservados. Não é muito poluída. Parece ter vida própria.”
Noite fria marcada pela indumentária clássica e prédios históricos. Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Noite fria marcada pela indumentária clássica e prédios históricos. Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
O inverno é uma das melhores épocas para fotografá-la. “O clima e a incidência de luz solar influenciam na temperatura das cores, deixando os tons mais frios, suaves e reais”, diz Mazzo.
Apesar de os cliques mais certeiros serem durante as manhãs de neblina e de geada no Parque Barigui, a cidade tem outras opções, como os parques Tanguá e o Tingui, e os bosques do Papa e Alemão, que oferecem, na opinião de Daniel Castellano e Antônio More, ambos repórteres fotográficos da Gazeta do Povo, paisagens naturais que ilustram bem Curitiba no inverno.
Frio em Curitiba rende fotos lindas. Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Frio em Curitiba rende fotos lindas. Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Gois gosta de percorrer a praça do Homem Nu e o centro velho atrás de imagens da Curitiba com frio. O fotógrafo Orlando Azevedo, por sua vez, destaca a luz da estação que reflete em edifícios históricos, como o do antigo Hotel Eduardo VII, na Praça Tiradentes. “Curitiba pulsa, tem muitos elementos que passam despercebidos e caminhos a serem percorridos. E é essa redescoberta das coisas que me interessa”, comenta.
Com a chegada do inverno, cerejeiras do Jardim Botânico voltam a ficar floridas. Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Com a chegada do inverno, cerejeiras do Jardim Botânico voltam a ficar floridas. Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Roteiro certo
Segundo More, as primeiras horas da manhã no Memorial Ucraniano, no parque Tingui, rendem os melhores registros de geada, com sotaque europeu. Para captar a chuva, a Praça Santos Andrade é a musa. “É um lugar relativamente limpo de fiações elétricas, com um calçadão grande em que se formam várias poças, sem a interferência de automóveis”, explica Castellano. “É possível fazer uma composição com a água, o prédio histórico da Universidade Federal do Paraná e as pessoas caminhando”, complementa. A Praça Rui Barbosa e a Rua XV também são bons cenários em dias de chuva, e quanto mais alto se subir, melhor para ver a neblina.
Ares europeus na manhã de geada no Memorial Ucraniano. Foto: Antônio More/Gazeta do Povo
Ares europeus na manhã de geada no Memorial Ucraniano. Foto: Antônio More/Gazeta do Povo
*especial para a Gazeta do Povo