Estilo & Cultura
Curitiba em flor
Vista do alto da florada na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba. Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Curitiba sempre se pinta de amarelo, roxo e branco no fim do inverno. São os ipês-símbolos do paisagismo curitibano, que foram planejados em vias arborizadas e praças para quebrar temporariamente a sisudez do cinza nos tempos de frio. Todo o estudo de plantio, cultivo e manutenção da árvore é feito pelo Departamento de Produção Vegetal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Centenas de espécies, entre elas oito tipos diferentes de ipês, são semeados no Horto da Barreirinha – berçário das plantas que contemplam os projetos paisagísticos de toda a cidade.
Quem organiza toda a distribuição de mudas pela capital é Érica Costa Mielke, a diretora do Departamento de Produção Vegetal. Ela explica que os ipês foram escolhidos para o projeto paisagístico da cidade por serem árvores nativas. “A região tem solo argiloso, úmido e clima que fazem com que a espécie se desenvolva bem”, esclarece.
E assim como outras árvores, os ipês são plantados em locais estratégicos da cidade. De acordo com dados do livro Árvores Históricas na Paisagem de Curitiba, publicado pelo Centro de Ilustração Botânica do Paraná, quando bem adaptados, podem alcançar até oito metros de altura. “É uma árvore que varia de médio a grande porte. Por isso é preciso estudar bem o lugar em que a espécie será plantada para não atrapalhar a infraestrutura da rua”, alerta.
Outros aspectos são levados em consideração para a escolha do ipê para as vias urbanas. A questão estética, assim como a busca pela diversidade e a adaptação da planta ao meio urbano são pontos importantes que devem ser estudados antes. Para facilitar a definição das árvores e arbustos para cada logradouro, a prefeitura criou um padrão de espécies para as principais ruas de Curitiba. Entre os lugares que mais cultivam a árvore florida estão as praças Tiradentes e Santos Andrade, a rua Padre Germano Mayer e as avenidas Manoel Ribas e das Torres e pontos estratégicos do Centro Cívico.
Berçário
Mais de 110 mil mudas de árvores e arbustos são cultivados no Horto do Barreirinha – local sede do Departamento de Produção Vegetal da Prefeitura de Curitiba. Dentre todas as espécies semeadas, o ipê representa 30% da produção local do berçário. Mensalmente, aproximadamente mil mudas são enviadas a várias regiões da cidade para o plantio viário.
Mais de 110 mil mudas de árvores e arbustos são cultivados no Horto do Barreirinha – local sede do Departamento de Produção Vegetal da Prefeitura de Curitiba. Dentre todas as espécies semeadas, o ipê representa 30% da produção local do berçário. Mensalmente, aproximadamente mil mudas são enviadas a várias regiões da cidade para o plantio viário.
Cada ipê jovem pode ser conduzido para reposição de árvores doentes, ou plantio em novas áreas. Muitas vezes, a planta pode atrapalhar a fiação das ruas, entupir calhas e sofrer podas agressivas feitas por amadores, que chegam a matar a árvore. Além disso, há também o plano de levar os ipês para bairros de várias regiões da cidade, como forma de unificar o projeto paisagístico.
A produção é alta e os cuidados são constantes. Segundo dados da Secretaria Municipal do Meio Ambiente da Prefeitura de Curitiba, desde a semeação até o amadurecimento da muda, são dez anos de preparo da planta. Todo esse intervalo porque o ipê precisa de maior tempo de cultivo para crescer ereto, facilitando o trabalho paisagístico das vias urbanas. O amadurecimento do caule, para evitar possíveis danos por decorrência do vandalismo, também é outro ponto que retarda o plantio na cidade.