Estilo & Cultura
As várias faces de Curitiba que aparecem no cinema
Fotos: Laz Audiovisual/Divulgação.
De Los Angeles a paisagens de época, passando por um submundo sombrio e pelas colônias de imigrantes, Curitiba volta e meia vira locação para a sétima arte. “É que ela é uma cidade de interesse universal”, define o cineasta Fernando Severo.
O premiadíssimo filme Estômago, do diretor curitibano Marcos Jorge e estrelado pelos atores João Miguel e Fabiula Nascimento, foi ambientado na cidade. Contando a história de um nordestino que descobre seu talento culinário na cidade grande, o filme, de 2007, teve cenas rodadas em locais tradicionais da cidade, como o Mercado Municipal, a Rodoferroviária, o Presídio do Ahu, o Bar Palácio, o Jokers Pub Café e a Rua Saldanha Marinho. Os cenários, taciturnos, ajudam a dar o tom da narrativa, um misto de drama e suspense com pitadas de comédia. O protagonista, sem um tostão no bolso, acaba vagando por esses cenários em busca de uma vida melhor.
Curitiba aparece ainda em Corpos Celestes, filmado em 2006 e finalizado em 2010, também dirigido por Marcos Jorge, desta vez em parceria com Fernando Severo. A história do astrônomo dedicado que acaba abdicando de sua vida pessoal tem cenas do personagem principal, interpretado por Dalton Vigh, na Catedral Metropolitana de Curitiba, no centro histórico.
Em 1999, o astro do cinema mundial, vencedor de dois Oscars e com mais de 200 filmes no currículo, Anthony Quinn veio a Curitiba para estrelar Oriundi, dirigido por Ricardo Bravo. O longa tem como tema a imigração italiana no Brasil e conta a história da família Padovani, usando como cenário conhecidos pontos da cidade, como o Palácio Garibaldi. “A simbiose entre Quinn e a cidade foi incrível, alçando Curitiba a um patamar internacional na mídia”, conta Rubens Gennaro, produtor do filme.
Para Severo, a escolha de filmar na capital não é à toa. “Características de várias cidades se concentram aqui. Temos desde prédios modernos, a casinhas de madeira com lambrequins. De favelas, a bairros luxuosos, além do verde dos parques, que podem até servir de locação para uma floresta”, explica. “A cidade é tão versátil que já foi retratada como Los Angeles”, explica, em referência ao filme Power Play, que teve cenas rodadas em Curitiba, em 2003. “Tanta variedade faz com que a cidade seja muito fotogênica para o cinema”, comenta Severo.
A capital ainda foi palco de outras produções, como Lance Maior, do diretor Sylvio Back, Cafundó, de Clóvis Bueno e Paulo Betti, Gaijin 2, de Tizuka Yamazaki, e 400 Contra, de Caco Souza.
* especial para a Gazeta do Povo