Estilo & Cultura

Conheça nove ideias inovadoras do MIT para as cidades do futuro

HAUS
18/05/2017 10:52
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Tecnologias como o Local Warming estão sendo desenvolvidas no MIT para facilitar a vida nas cidades. Foto: MIT/Divulgação | Carolina Werneck Bortolanza

Orbit City é o nome da famosa cidade do futuro em que viviam os personagens da animação “Os Jetsons”, produzida pela Hanna-Barbera na década de 1960. A família Jetson, composta por George, Jane, Judy e Elroy, desfruta de todas as vantagens da vida em uma cidade completamente tecnológica. Carros voadores, estradas espaciais e casas suspensas fazem parte do cotidiano de Orbit City.
A realidade caminha a passos bem mais lentos, mas não faltam boas ideias para modernizar as cidades que conhecemos hoje. O Massachussets Institute of Technology (MIT) tem um laboratório destinado exclusivamente a pensar como serão as cidades do futuro, o Senseable City Laboratory. Lá, designers e arquitetos usam uma técnica chamada Futurecraft para desenvolver projetos que possam facilitar a vida humana.

Shareable Cities

O nome do projeto, “cidades compartilháveis“, em uma tradução livre, faz referência ao potencial de compartilhamento de veículos em centros urbanos ao redor do mundo. O Shareable Cities cruza informações sobre a área de um determinada cidade, o número de viagens de táxi realizadas e a velocidade média do trânsito. O resultado é um índice de “compartilhamento”.
Analisando os dados de Nova York, Singapura, San Francisco e Viena, os pesquisadores descobriram que puderam calcular esse índice em 30 diferentes cidades do planeta. Em Nova York, por exemplo, 99% das viagens de táxi são compartilháveis. Nas outras três cidades observadas, são 97%. A informação é importante porque demonstra que é possível um futuro urbano com menos congestionamentos e um menor impacto ambiental.
Demonstração gráfica do potencial de compartilhamento de Viena. Imagem: MIT / Divulgação
Demonstração gráfica do potencial de compartilhamento de Viena. Imagem: MIT / Divulgação

HubCab

O HubCab é um carro autônomo e compartilhado que surgiu no laboratório em 2014. Por meio do monitoramento de 150 milhões de corridas de táxi em Nova York, o Senseable City Lab tentou identificar padrões de deslocamento para permitir que esse tipo de serviço seja possível no futuro.
De acordo com cálculos dos responsáveis pelo HubCab, desenvolver uma tecnologia que permita esse compartilhamento de veículos autônomos poderia reduzir as corridas de táxi em até 40%. Isso significaria uma cidade menos poluída e com menos congestionamentos.
A imagem mostra todas as corridas de táxi realizada em um dia no aeroporto JFK, em Nova York. Imagem: MIT/Divulgação
A imagem mostra todas as corridas de táxi realizada em um dia no aeroporto JFK, em Nova York. Imagem: MIT/Divulgação

Roboat

Se carros autônomos, embora ainda não compartilhados, já são realidade em algumas cidades pelo mundo, barcos autônomos ainda são novidade. Junto ao Amsterdam Institute for Advanced Metropolitan Solutions, o MIT projetou a primeira frota mundial desses veículos.
A própria Amsterdã é uma cidade construída sobre rios e canais. Por lá, o transporte em barcos é, mais que normal, uma necessidade. O Roboat se encaixaria perfeitamente em um lugar como a capital da Holanda. Para o Senseable City Lab, além de fazer o transporte de pessoas e bens, o Roboat também poderia servir para ajudar a monitoras a qualidade da água dessas cidades.
Projeção mostra como seria um protótipo do Roboat. Imagem: MIT/Divulgação
Projeção mostra como seria um protótipo do Roboat. Imagem: MIT/Divulgação

Sensing Vehicle

Desenvolvido em 2017, esse projeto quer prevenir acidentes de trânsito. De acordo com os estudos feitos pelo MIT em parceira com o Volkswagen Group of America Electronic Research Lab, atualmente um carro tem em média mais de quatro mil sensores. Esses elementos são responsáveis por coletar as informações internas e externas que fazem o carro funcionar. Utilizando esses sensores, os pesquisadores analisaram o padrão de comportamento dos motoristas e o ambiente urbano.
“Imagine um cenário em que a experiência de condução seja enriquecida com informações de contexto em tempo real, navegação consciente de risco de acidentes, monitoramento constante do estilo de condução para uma melhor eficiência, avisos proativos de segurança e assim por diante”, diz o estudo. O MIT imaginou e, no futuro, a ideia pode se tornar realidade.
Analisando os dados fornecidos por sensores instalados nos carros os pesquisadores querem prevenir acidentes. Imagem: MIT / Divulgação
Analisando os dados fornecidos por sensores instalados nos carros os pesquisadores querem prevenir acidentes. Imagem: MIT / Divulgação

Trash Track

O Trash Track pode ser o ponto de partida para um futuro em que qualquer objeto possa ser rastreado. Em 2009, o Senseable City Lab testou a ideia em lixeiras da cidade de Seatle, nos Estados Unidos. Um grupo de voluntários instalou geolocalizadores nessas lixeiras. O resultado foi a descoberta de uma complexa rede de descarte do lixo.
Com essas informações em mãos, as cidades poderiam ter um controle muito mais detalhado de seu gerenciamento de resíduos. O projeto é mais uma forma de tornar as cidades mais sustentáveis e ambientalmente corretas.

Local Warming

Apresentado na Bienal de Veneza de 2014, o Local Warming é uma ideia para economizar energia. A proposta do MIT é de que as cidades contenham elementos conectados por wifi que sejam ativados e desativados por detectores de movimento. O resultado disso seria menos energia gasta em luzes acesas sem uso e aquecimento ou resfriamento de ambientes internos sem necessidade.
O Local Warming é um sistema com sensores de movimento para economizar energia. Foto: MIT/Divulgação
O Local Warming é um sistema com sensores de movimento para economizar energia. Foto: MIT/Divulgação

Treepedia

O Senseable City Lab imaginou um sistema de monitoramento das árvores do meio urbano. A Treepedia utiliza uma tecnologia chamada de Green View Index, parecida com o Google Street View, para avaliar e comparar o que se conhece por cobertura verde das cidades.
No futuro, moradores poderão incluir informações no sistema e comparar a cobertura verde do local em que moram com outras áreas, sejam elas na própria cidade, sejam em outros locais. Para o MIT, isso vai permitir que as pessoas se envolvam mais com os ambientes naturais que as rodeiam.
Na imagem, a comparação entre a cobertura verde de quatro cidades ao redor do mundo. Imagem: MIT/Divulgação
Na imagem, a comparação entre a cobertura verde de quatro cidades ao redor do mundo. Imagem: MIT/Divulgação

Light Traffic

Junto ao Instituto Suíço de Tecnologia (ETHZ) e ao Conselho Nacional Italiano de Pesquisa (CNR) o Senseable City Lab chegou ao conceito do Light Traffic. Por meio de sensores, os automóveis conseguiriam se comunicar entre si e com os semáforos de modo a tornar o trânsito menos caótico e mais seguro.
No futuro, essa comunicação poderia se estender ainda a pedestres e ciclistas, por exemplo, de modo a coordenar os deslocamentos em todas as cidades.
Com veículos conectados entre si e com os semáforos, o tráfego urbano seria otimizado. Imagem: MIT/Divulgação
Com veículos conectados entre si e com os semáforos, o tráfego urbano seria otimizado. Imagem: MIT/Divulgação

Boston 3-1-1

O Boston 3-1-1 é um aplicativo desenvolvido para permitir que os moradores de Boston, nos Estados Unidos, pudessem relatar problemas sociais e de infraestrutura, como buracos nas ruas. É uma maneira de integrar ainda mais as pessoas ao cotidiano da cidade e possibilitar que a população contribua para as melhorias necessárias. Desenvolvido pelo MIT, o Boston 3-1-1 pode ser realidade em um futuro que, no que depender do Senseable City Lab, deverá ser cada vez mais conectado.
O aplicativo permite que moradores de Boston relatem problemas e ajudem a melhorar a cidade. Imagem: MIT/Divulgação
O aplicativo permite que moradores de Boston relatem problemas e ajudem a melhorar a cidade. Imagem: MIT/Divulgação