Estilo & Cultura

Conheça algumas das figuras que moram no Tijucas

Luan Galani
02/12/2015 00:00
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Oscar Ferreira
O manda chuva do Tijucas tem nome. É o contador Oscar Ferreira, de 69 anos, que está à frente da direção do bloco comercial há 10 anos. Há pelo menos 39 anos mantém seu escritório no edifício da Avenida Luiz Xavier. “Todo mundo me conhece. Até os cachorros abanam o rabo para mim”, diz às gargalhadas. Natural de Arapoti, no Paraná, veio para Curitiba com 8 anos. Virou contador por necessidade e hoje gosta do que faz. Dos medos da vida, este fumante inveterado diz que não entra em aviões nem amarrado. “Pode não ser o meu dia, mas vai que é o do piloto?” Apesar de viver no Bacacheri com a filha, a neta, o cachorro vira-lata Pingo e o papagaio Rico, seus dias são lá no Tijucas.
Ferdinando Nardelli
Ele fez uma aposta com a vida. E levou a melhor. Quando o Tijucas ainda não era “ninguém”, apenas um prédio recém construído, o alfaiate Ferdinando Nardelli, hoje com 79 anos, bateu o olho e enxergou ali o centro da Curitiba do futuro. Batata. Não deu outra. “Abrir minha alfaiataria no Tijucas, em vez do prédio da Tiradentes, foi a melhor decisão”, confidencia. Alegre e vivaz como poucos jovens, o catarinense de Timbó conta que seu sonho sempre foi trabalhar com a terra. “Nunca quis sair da roça. Mas meu pai quis que alguns de nós, que éramos em 10 homens e cinco mulheres, aprendessem uma profissão. Eu fui o primeiro escolhido”, conta com os olhos marejados. Veio para Curitiba aos 22 anos porque ouviu que a cidade tinha gente que se vestia bem. E entrou para a história da República dos Alfaiates, como o Tijucas ficou conhecido na década de 1960 e 1970, pela quantidade de alfaiates que abrigava.
Luis Carlos Chacon de Oliveira
“Quem vai ao Tijucas e não vê o Chacon, não conheceu o Tijucas”, vários funcionários asseguram. Natural de Mallet, no interior do Paraná, Chacon, 75 anos, ficou conhecido por ser o cover de Roberto Carlos. Aposentado do Ministério do Trabalho nos anos de 1990, Chacon escolheu morar no 29º andar do Tijucas para ficar mais perto do céu. “Eu gosto de orar pelas pessoas. Toda hora. E aqui parece que a resposta vem na hora”, explica. Em 2011, o Roberto Carlos curitibano descobriu que tinha leucemia. Um ano depois, conseguiu a cura e hoje garante: “No leito do hospital eu conheci Deus”.