Estilo & Cultura
Arquitetos discutem a evolução estética da paisagem curitibana
Visão aérea do Largo da Ordem mostra diferentes estilos de arquitetura. Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo.
A arquitetura está em todo lugar. Da casa onde você mora, ao restaurante que frequenta, passando pela forma como se relaciona com a cidade. “A arquitetura é o cenário da nossa vida. Tem tudo a ver com as cidades”, afirma o arquiteto Rafael Gimenez, do Studio MG2. E quando se fala em arquitetura em Curitiba, o que vem à cabeça é o urbanismo. “Geralmente relacionamos a arquitetura das cidades à questão funcional, ao planejamento”, diz Gimenez. Mas não é só disso que vive uma cidade.
A diversidade talvez seja a principal característica da capital paranaense. Andando pela cidade é possível encontrar influências de várias épocas e estilos arquitetônicos, mas não uma identidade particular. A exceção fica por conta da arquitetura modernista dos anos 1960 e 1970, ainda hoje celebrada. “Grandes nomes como (João Batista Vilanova) Artigas e (Roberto) Gandolfi movem a gente a querer fazer coisas tão boas quanto às dessas épocas”, diz o arquiteto Jacksson Depoli, da Arqbox. O arquiteto Eli Loyola endossa a opinião: “Tivemos a sorte de contar com a atuação de grandes arquitetos quando a cidade estava crescendo”. Com mais de 40 anos de experiência, ele foi o responsável por projetos impactantes na cidade, como os hospitais Santa Cruz e Marcelino Champagnat, além do Curitiba Trade Center, conhecido como o “prédio do relógio”, na Alameda Carlos de Carvalho.
Hiato
De lá para cá, com o crescimento do mercado imobiliário, o setor precisou se adaptar. “Os arquitetos perderam um pouco a voz”, diz Depoli. Com a atuação de empresas de fora e grandes construtoras e incorporadoras, o panorama mudou. “O padrão mais econômico impôs algumas limitações no processo de criação”, completa Loyola.
De lá para cá, com o crescimento do mercado imobiliário, o setor precisou se adaptar. “Os arquitetos perderam um pouco a voz”, diz Depoli. Com a atuação de empresas de fora e grandes construtoras e incorporadoras, o panorama mudou. “O padrão mais econômico impôs algumas limitações no processo de criação”, completa Loyola.
Com a ausência de projetos mais elaborados, entrou em cena a padronização. “Algumas empresas constroem exatamente o mesmo prédio, seja em Curitiba, São Paulo ou Salvador. Vemos uma repetição que tira a identidade regional”, sentencia Gimenez.
Retomada
Em contrapartida, esta última década começa a dar sinais de uma retomada da criatividade. “Alguns escritórios hoje estão correndo atrás para fazer coisas novas, com tecnologia atual e soluções inteligentes. Procuramos raciocinar a concepção do projeto”, afirma Depoli. O escritório Arqbox, onde é sócio, segue essa tendência. A Casa Box, projetada por eles, foi um dos 20 projetos brasileiros mais vistos de 2015 no Archdaily Brasil, site referência em arquitetura.
Em contrapartida, esta última década começa a dar sinais de uma retomada da criatividade. “Alguns escritórios hoje estão correndo atrás para fazer coisas novas, com tecnologia atual e soluções inteligentes. Procuramos raciocinar a concepção do projeto”, afirma Depoli. O escritório Arqbox, onde é sócio, segue essa tendência. A Casa Box, projetada por eles, foi um dos 20 projetos brasileiros mais vistos de 2015 no Archdaily Brasil, site referência em arquitetura.
A nova tendência pretende quebrar a uniformização do visual arquitetônico. “A gente vê incorporadores jovens, como o Otavio Zarvos, lá de São Paulo, que iniciou esse movimento, trazendo jovens arquitetos e investindo pesado em empreendimentos diferentes. Isso ajuda a retomar uma arquitetura autoral brasileira. E agora começamos a sentir o reflexo disso em Curitiba”, comemora Gimenez. O Studio MG2 , que além de Gimenez tem a arquiteta Mariana Manzoni como sócia, é referência em projetos residenciais, corporativos e comerciais, levando em conta as necessidades dos seus clientes e sua relação com o entorno.
Tendências
Para discutir o mercado atual da arquitetura, a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura do Paraná (AsBEA-PR) promove amanhã (17), o seminário Cenários e Tendências da Arquitetura, no Sebrae/PR, das 14 às 17 horas.
Para discutir o mercado atual da arquitetura, a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura do Paraná (AsBEA-PR) promove amanhã (17), o seminário Cenários e Tendências da Arquitetura, no Sebrae/PR, das 14 às 17 horas.
Durante o seminário, que tem apoio da HAUS, do Sebrae/PR, da Brain Consultoria e da CAU/PR, serão apresentados os resultados de uma pesquisa realizada pela Brain (Bureau de Inteligência Corporativa), a pedido da AsBEA-PR, com 56 empresas de arquitetura, concluindo que o modelo atual de funcionamento e gestão dificulta a retenção de novos talentos e a criação de novos escritórios. A programação também inclui uma palestra do Sebrae/PR sobre como melhorar a gestão e promover a inovação em pequenas empresas da construção civil. As inscrições são gratuitas pelo 0800-570-0800.