Estilo & Cultura
Cidade para 70 mil ‘habitantes’ é construída e destruída todos os anos em deserto dos EUA
Imagem: cortesia Bjarke Ingels e Jakob Lange/Reprodução/Archdaily
Todos os anos, em agosto, o deserto de Nevada (Estados Unidos) vê uma cidade inteira ser construída para, logo em seguida, sumir sem deixar rastros em um dos festivais de contracultura mais famosos do mundo: o Burning Man.
Batizada de Black Rock, neste ano a cidade recebe seus ‘moradores’ desde o último sábado (25) e irá se despedir deles já na próxima segunda-feira (3), quando todas as suas suntuosas construções serão queimadas juntamente com o “Man”, escultura ícone do festival que remete à figura humana.
Para dar vida a cidade, que desde a década de 1980 atrai a atenção do mundo e atualmente reúne cerca de 70 mil participantes, uma equipe de 21 pesquisadores passa sete dias no deserto posicionando as linhas e pontos de referência que nortearão seu traçado ‘urbano’.
Partindo da “Golden Spike”, ponto central da cidade, as linhas do assentamento se estendem por mais de 1,5 Km. A marcação das vias arteriais e radiais, por sua vez, é feita por pequenas bandeiras.
“A maioria das cidades cresce gradualmente. Temos a vantagem de poder aprovar um plano de cidade inteiro e torná-lo consistente. Muitas cidades com as quais você estaria mais familiarizado se desenvolveram lentamente com o tempo, por isso não fazem tanto sentido. Esta cidade está planejada para ser temporária, então podemos fazê-la muito mais organizada do que uma cidade comum”, avalia o professor Plague, supervisor do festival, em entrevista ao Archdaily.
As obras
Depois do “Man”, o “Templo” é considerada outra das principais obras do festival Burning Man. Em 2018, ele é assinado pelo arquiteto Arthur Mamou-Mani e foi batizado de Galaxia, em uma alusão ao seu formato.
Projetado a partir de um software paramétrico 3D, o pavilhão é composto por 20 treliças de madeira que espiralam em direção a um ponto central e se erguem em direção ao céu. Instaladas sobre o chão, as peças triangulares criam uma série de caminhos em espiral que levam à área central da estrutura.
Outra instalação que ganha destaque na edição 2018 do Burning Man é a esfera assinada por Bjarke Ingels e Jakob Lange. Com cerca de 25 m de diâmetro, a ORB, como foi batizada, foi construída em uma escala 1/500.000 em relação à superfície da Terra, numa espécie de homenagem ao planeta. Reflexiva, a instalação ainda tem por objetivo funcionar como um espelho para a experiência do festival.
Conheça estas e outras instalações do festival Burning Man 2018.
*Com informações do Archdaily.