Estilo & Cultura

A arquitetura monumental de cinco estações ferroviárias pelo mundo

Luan Galani
17/12/2015 00:00
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Wim Bladt/Wikimedia Commons

Estação Central da Antuérpia
Não é difícil confundir a principal estação da Antuérpia, no norte da Bélgica, com um palácio. A riqueza de detalhes e a extravagância são dignas de uma catedral medieval. Afinal, ela foi construída com mais de 20 tipos de pedras e mármores, além de detalhes em ouro e telhado abobadado de vidro. Erguida entre 1895 e 1905 com diversas características do período eclético para substituir uma velha estação de madeira, o edifício conta com 44 metros de altura e mais de 180 metros de extensão. Passou por uma reforma e expansão, concluídas em 2007, e, em 2011, recebeu o Prêmio Europa Nostra, um reconhecimento da União Europeia para as heranças culturais, por ter conseguido combinar a tradição de sua construção original com a modernidade demandada pelas novas instalações.
Estação Union
Bigstock
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A estação central de Nova York pode povoar o imaginário de todo o mundo, mas não é a única nos Estados Unidos com uma arquitetura de cair os queixos. A Estação Union, localizada em Washington, é maior que o Capitólio e detém um trabalho primoroso da Belle Époque, altamente ornamentado e teatral. Foi projetada em granito branco pelo arquiteto Daniel Burnham, que bebeu em muitas referências clássicas, como o Arco de Constantino, que pode ser visto na fachada, e as Termas de Dioclesiano, no interior. Todo o restante do saguão foi finalizado com mármore, folhas de ouro e marfim. Destaque para as esculturas de pensadores gregos espalhadas pela estação e para o Café, que ocupa a área principal do hall com uma estrutura de madeira de 29 metros de altura.
Estação de Chhatrapati Shivaji
Francesco Bandarin/ Unesco/Divulgação
Francesco Bandarin/ Unesco/Divulgação
Três milhões de pessoas passam todos os dias pela principal estação de Mumbai, na Índia, que é um belo exemplar do encontro de duas culturas na arquitetura. Tanto que entrou para a lista da Unesco de Patrimônio da Humanidade. A estação foi construída entre 1878 e 1888 pelo arquiteto britânico Frederick William Stevens e por artesãos locais, com uma pegada gótica vitoriana, bastante inspirada nos modelos italianos tardios da Idade Média. Essa aliança construtiva está representada nos ornamentos: os leões representam a Grã-Bretanha e os tigres indicam a Índia. Além de esculturas de outros animais, flores e rostos humanos. O toque indiano está marcado nas pedras amarelas, nos arcos típicos e no piso trabalhado, características da arquitetura palaciana do país.
Estação Atocha
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Quem perambula pela estação de Madri por um momento até chega a pensar que está em alguma ilhota dos trópicos. Dentro do novo terminal inaugurado em 1992, foram construídos jardins tropicais com mais de 7 mil plantas de 260 espécies diferentes e algumas piscinas artificiais para tartarugas. Logo ao lado existem lojas e uma área de café. Inaugurada em 1851, com projeto de Alberto de Palacio Elissagne e Gustave Eiffel, recebeu o nome em homenagem à basílica dedicada a Nossa Senhora de Atocha, que fica nas arredores da estação. Em 1985 foi remodelada por Rafael Moneo, mas manteve suas principais características, como o teto de ferro e vidro e as paredes de alvenaria.
Estação Kanazawa
Uma das cidades mais antigas do Japão, com um dos castelos mais bem preservados do período feudal daquele país, Kanazawa foi a escolhida para receber em 2005 uma estação “futurista”. A ousadia não agradou a muitos. Mas se tornou uma referência, apesar de destoar da arquitetura antiga e tradicional. É uma estrutura gigante de vidro e aço com curvas graciosas, apesar das mini estruturas serem bastante geométricas. O portão de entrada é um portal de madeira que imita um tambor tradicional japonês. Existem bancos de madeira para o descanso das pessoas e um relógio em forma de fonte que mostra os horários por meio de pequenos jatos de água.