Aluna cria vaquinha para levar pesquisa sobre patrimônio do PR a evento internacional

A história ferroviária no Brasil forma o DNA de cidades que nasceram em meio à expansão dos trilhos, em regiões que, antes, eram praticamente intocadas. É o caso de União da Vitória (PR), cidade que agora concentra grande parte dos documentos históricos relacionados às ferrovias do Paraná. Graças ao projeto de pesquisa  “Acervo histórico: nos trilhos da memória”, realizado pela aluna do Instituto Federal do Paraná (IFPR) Ana Kozan, de 17 anos, orientada pelo historiador Vitor Marcos Gregório, esses documentos estão em vias de ser disponibilizados para a sociedade.

O projeto, que já dura mais de três anos, foi selecionado para ser apresentado pela estudante em Valledupar, Colômbia, no Encuentro Internacional de Semilleros de Investigación, que acontece entre os dias 8 a 12 de outubro. Com passagens estimadas em mais de R$ 3 mil, Ana criou uma vaquinha virtual para ajudá-la a custear a viagem. Atualmente, ela arrecadou R$ 860: 11,5% do que precisa para levar seu projeto ao congresso internacional. Veja aqui a vaquinha.

A pesquisa realizada por Ana começou no fim de 2016, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estava para descartar o material, que inclui, documentos, livros e negativos. “A gente se espantou que esse material estava sendo descartado. Depois de oito meses de negociação, conseguimos a posse desse arquivo”, conta.

“A gente faz a preservação de documentos de mais de 200 anos: legislação ferroviária nacional, documentos referentes à Rede Ferroviária Federal, história dos trabalhadores envolvidos nessas ferrovias, que morriam caindo da serra durante a construção dos trilhos – e que muitas vezes ficava por isso mesmo. É uma história triste, que precisa ser levada em consideração”, detalha a estudante.

O acervo passou por um longo processo de higienização e atualmente está em fase de catalogação. A ideia é que ele fique disponível para consulta pública no próprio campus do IFPR em União da Vitória. Para lidar com os documentos, os pesquisadores fizeram um curso para manuseá-los de forma correta. E a manutenção é constante, uma vez que vários itens já estavam deteriorados.

“Nossa pesquisa é um incentivo à cultura e identidade local. É poder integrar a sociedade com essa identidade. Não tem por que a gente ter uma história rica, tão incrível, e não poder disponibilizar”, finaliza Ana. A vaquinha virtual vai até esta terça (2). Acesse aqui.