Estilo & Cultura

6 tipos de construções que logo vão desaparecer para sempre

Aléxia Saraiva
24/07/2018 15:19
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A Video 1, mais antiga locadora de vídeo do Brasil, fechou as portas no dia 31 de maio. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

Um dos preceitos mais básicos da arquitetura é ser uma estrutura que funcione para determinado fim. Por isso, conforme a necessidade, diferentes tipos de prédios, construções e mobiliários urbanos vão surgindo como forma de compor a cidade em seu todo. Por isso, é comum encarar a arquitetura como um retrato do que se passou no seu tempo.
No entanto, conforme as tecnologias avançam e as sociedades evoluem, algumas dessas necessidades vão sendo deixadas de lado e ficando obsoletas — fazendo com que os prédios percam seu sentido original. O ArchDaily selecionou seis tipos de construções que tendem a desaparecer com o tempo já que suas funções estão se perdendo com o passar do tempo. Confira quais são elas:

Locadoras de filme

A Video 1, mais antiga locadora de vídeo do Brasil, fechou as portas no dia 31 de maio. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
A Video 1, mais antiga locadora de vídeo do Brasil, fechou as portas no dia 31 de maio. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Há 10 anos, o hábito de frequentar locadoras para garantir a diversão cinematográfica do final de semana já tinha sofrido algumas mudanças — os DVDs já tinham tomado o lugar dos VHS —, mas continuava sendo uma prática bastante comum. Hoje, depois que a internet revolucionou o compartilhamento de filmes por torrent e depois do advento dos serviços de streaming, é raro ver alguma locadora que ainda se sustente.
Em Curitiba, por exemplo, poucas resistem. Em maio, a Video 1, locadora mais antiga da América Latina — inaugurada em 1980 — também fechou suas portas. E a tendência é que cada vez mais rapidamente esses locais sumam do mapa.
Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Lojas de 1,99

Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
As lojas de 1,99, como são conhecidas no Brasil, levam nomes diferentes ao redor do mundo, mas têm em comum a sua essência: estabelecimentos que oferecem uma variedade imensa de produtos aleatórios. Sua imagem já é quase nostálgica, uma vez que a ascensão de shoppings e grandes franquias fez com que as pequenas lojas lideradas por famílias fossem aos poucos deixadas de lado.
Em Nova York, onde são conhecidas por bodegas ou corner stores, foram fundadas por imigrantes de Cuba, Porto Rico e República Dominicana que chegaram à cidade nos anos 40 e 50.
Foto: Flickr/Susan Fitzgerald
Foto: Flickr/Susan Fitzgerald

Cabines telefônicas

Orelhões no Centro de Curitiba. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Orelhões no Centro de Curitiba. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Um dos tipos de mobiliário urbano que mais variam entre as cidades do mundo são as cabines telefônicas. Por aqui, os orelhões são muito mais comuns do que as cabines fechadas, mas sua finalidade é sempre a mesma: oferecer um telefone público à população.
Segundo os resultados da pesquisa Pnad Contínua, realizada pelo IBGE e divulgada em novembro de 2017, 92% dos brasileiros têm celulares atualmente. Assim fica fácil deduzir que as cabines têm perdido seu uso e que permanecem mais de forma nostálgica e para emergências do que propriamente por sua função.
Cinco cabines originais em Londres. Foto: Bigstock
Cinco cabines originais em Londres. Foto: Bigstock

Bancas de jornais

Foto: Flickr/Jim Ronan
Foto: Flickr/Jim Ronan
Qual a última vez que você parou para comprar um jornal em uma banca? Tentando se renovar para conseguir sobreviver, as bancas de jornal atualmente vendem balas, sorvete, cigarros, revistas variadas e muitos outros itens que estão à disposição de quem passa com pressa por ruas e praças movimentadas. Em Nova York, a tendência tem sido padronizar as bancas, com estruturas idênticas de metal e vidro que substituem sua forma mais tradicional.
Bancas de jornal ainda são parte integrante do cenário da Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: reprodução/Yelp
Bancas de jornal ainda são parte integrante do cenário da Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: reprodução/Yelp

Cabine de fotos

Foto: reprodução/Pinterest
Foto: reprodução/Pinterest
Mais comuns em festas de casamento e formaturas do que propriamente na rua, as cabines fotográficas que revelam na hora perderam, com o tempo, o caráter de praticidade que tinham no passado. Essa ressignificação atual tem na sua origem um episódio marcante na história da fotografia, que nos anos 1960 popularizou a tirinha com quatro fotos em sequência.
Cena do filme Amélie Poulin, que traz a questão da nostalgia relacionada às cabines de fotos. Foto: divulgação
Cena do filme Amélie Poulin, que traz a questão da nostalgia relacionada às cabines de fotos. Foto: divulgação

Lojas de conveniência em postos de gasolina

Foto: Pixabay
Foto: Pixabay
Os postos de gasolina há décadas concentram mais do que a função pela qual existem. “Ir ao posto” não necessariamente envolve abastecer o carro de combustível, mas também passar na lojinha anexa que vende conveniências. No entanto, postos independentes que não pertencem a grandes franquias dificilmente conseguem manter o custo do terreno e estão vendendo suas lojas.
Nos Estados Unidos, por causa de sua grande área ocupada e infraestrutura existente, os postos de gasolina se tornaram perspectivas atraentes para o redesenvolvimento, servindo como galerias de arte, escritórios e restaurantes.

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