Sobre morar

DW! Design Weekend 2022

WGSN revela 14 macrotendências de comportamento que nortearão design e arquitetura pelos próximos anos

Luan Galani
06/09/2022 19:27
Thumbnail
Uma das principais referências em MDF da América Latina, a Guararapes aproveitou a <a href="http://<a href="https://revistahaus.com.br/haus/dw-design-weekend/2022/roteiro-dw-o-que-nao-perder-na-semana-de-design-de-sp-2022/" >Roteiro DW!: o que não perder na Semana de Design de SPSemana de Design de São Paulo, a DW! 2022, e realizou na manhã desta terça-feira (6) um evento em parceria com a WGSN, autoridade máxima em comportamento e tendências, no seu próprio espaço na Avenida Brasil. O tema da palestra de Krizia Gatica, consultora sênior da WGSN Mindset Latam, foi o futuro do morar e as tendências de comportamento que conduzirão os próximos passos do design, da arquitetura, da decoração e da construção pelos próximos cinco anos no mundo todo. Confira um resumo do que foi apresentado!

Casa emocional

Mais do que uma casa física para morar, descansar e escapar, a casa é um refúgio emocional, um estado de espírito em que somos nós mesmos, um lugar micro e local para nos aterrar e para despertar coragem, esperança, amor e confiança. “O nosso lar é como nosso coração emocional”, explicou Krizia, citando a designer britânica Ilse Crawford. Por isso a casa é cada vez mais vista como um santuário sustentado pelo tripé organização, aconchego e privacidade. O resultado são espaços otimizados, bem planejados e compactos. E atenção redobrada para itens de casa que proporcionam conforto, a começar pelas roupas de cama, um dos itens mais procurados em todo mundo por pessoas de 13 a 39 anos.

Autoindulgência

Essa vontade de se auto proporcionar confortos foi impulsionada pela pandemia e cada vez mais as pessoas querem melhorar seus espaços, começando pelas roupas de cama, sofás e móveis, como revela pesquisa internacional citada pela WGSN, em que 4 de cada 5 millennials (pessoas nascidas entre 1981 a 1995) estão tentando deixar a casa melhor.

3 Fs

Falando especificamente de mobiliário, a WGSN cita o triunvirato dos Fs, em que as peças são flexíveis, fluidas e funcionais, com formas arredondadas, modulares, aplicadas em diversos contextos e que trazem fluidez dentro dos espaços.

Texturas

Estivemos bastante privados do toque, então o foco nas texturas e nas qualidades físicas das casa se tornou prioridade.

Cozy living dá lugar ao Digital cozy

O aconchego ainda é a busca da decoração, mas agora aliada a diversos elementos digitais e de inteligência artificial.

Convivência entre gerações

Estando mais em casa e com a casa podendo ser espaço para diversas novas atividades, nunca tantas gerações diferentes de uma mesma família viveram tanto tempo juntas. Isso cria diversas oportunidades para ressignificar o morar.

Criar espaço dentro do espaço

A planta aberta mostrou que não é só flores. Agora, as pessoas querem espaços modulares, com privacidade novamente dentro das casas, com divisões que possibilitem as diversas atividades durante o dia, maximizando o espaço dentro do próprio espaço.

Casas antigas, subúrbio, van life e motorhome

Esse é um movimento que ainda ocorre. Voltou a se valorizar lugares mais próximos da natureza, imóveis antigos ricos de história, mesmo que demandem muitas reformas, e a vida nômade que valoriza as experiências e não o ter em excesso. E aqui entra também o fenômeno das tiny houses, casas pré-fabricadas e sustentáveis para uma vida mais minimalista e essencial.

Queremos cidades diferentes

Não podemos continuar projetando cidades e edifícios como se nada tivesse acontecido. Depois da pandemia, cada vez mais as pessoas desejam residências menos militarizadas, menos bunkerizadas e menos isoladas. A permeabilidade e a resolução dos problemas urbanos são uma urgência para arquitetos e planejadores urbanos.

De fora para dentro

A venda de mobiliários para área externa cresceu 225% e a pesquisa por móveis de vime cresceu 400%, segundo a WGSN. Isso mostra como as pessoas querem levar o exterior para dentro de casa.

Vibe de resort

O boom dos materiais naturais e dos recursos biofílicos mostra como as pessoas desejam casas com exteriores cada vez mais parecidos com resorts, a fim de relaxar e aproveitar os momentos.

Projetar experiência de bem-estar

Para a especialista da WGSN, não se projetam mais ambientes, apenas. E sim experiências de bem-estar ou espaços que ajudem a atingir um patamar melhor e mais evoluído de bem-estar. Então, o foco para de ser performance e passa a ser momentos de pausa, envolvendo todos os sentidos e utilizando a quiet tech.

Casas para um

Cresce o número de pessoas que moram ou que querem morar sozinhas, impulsionadas pela indulgência, pela versatilidade e pela autossuficiência.

Resimercial design

Tecnologias e peças criadas para o mundo corporativo e comercial começam a entrar nas casas. Como um banco todo projetado para minirreuniões e conferências virtuais que pode virar um bom cantinho de home office e lugar para reuniões digitais, ou cabeceiras que abraçam tecnologias de isolamento antes para escritórios.

Eater-tainment

Apesar da tendência de morar sozinho, o ato de receber cresce e ainda será uma boa ação de entretenimento por um bom tempo. Assim ressurge o bar doméstico, de diversas formas.
Ao final, Krizia resumiu ainda: “Abrace a multiplicidade dos espaços, crie conforto e aconchego com materiais e texturas, promova a individualidade sem esquecer da conexão, inspire esperança com ou sem tech, e deixe o lado de fora entrar”. E terminou referenciando a jornalista de ciência Emily Anthes: “Nossas casas são essenciais para nossa qualidade de vida. O design não vai resolver todos os nossos problemas, mas pode abrir novas possibilidades, impulsionar nossos comportamentos e vidas em direções mais saudáveis e melhorar nosso humor, felicidade e bem-estar. E pode nos ajudar a construir uma infraestrutura sobre a qual poderemos construir um futuro melhor.”