Edifícios e casarões antigos do Centro de São Paulo foram celebrados na 11ª edição da DW!, que foi encerrada neste domingo (11). Esse olhar inovador do festival para os imóveis antigos foi comemorado por diversos artistas, designers e coletivos autorais que aproveitaram a deixa para repensar o mobiliário brasileiro, o morar contemporâneo e a própria cidade. Confira os principais destaques!

Na antiga Rua Florisbela, foi erguido na década de 1920 um casarão atribuído ao arquiteto Adelardo Soares Caiuby. Hoje o lugar é tombado como patrimônio histórico e abriga o bar Drosophyla, onde aconteceu evento com o arquiteto Giovanni Meirelles, convidado para falar sobre as obras de Caiuby, seu bisavô, e com o arquiteto Eduardo Chalabi para apresentar sua experiência de produção contemporânea para a vida noturna.

Encontros na Metrópole é o espaço onde um coletivo de designers se reúne para trocar, criar, pensar e repensar o mobiliário autoral brasileiro. Com o Centro de São Paulo como paixão em comum a todos esses artistas, eles propuseram que a Galeria Metrópole fosse um importante palco para dar visibilidade aos trabalhos produzidos por essas pessoas diversas, com histórias múltiplas e que trazem inovação a esse universo.

O icônico Edifício Virgínia, de 1951, pertencente à família Matarazzo, que será retrofitado pela incorporadora regenerativa Somauma, recebeu a mostra “O Tempo das Coisas”, com a curadoria de Cláudio Magalhães do Bafu. A ideia por trás da exposição foi expor as marcas do tempo junto às instalações de vários artistas, designers e poetas. Além disso, houve um ciclo de conversas que aconteceram no horário tradicional do HH, com cerveja gelada e ideias inteligentes, carinhosamente batizado de Papo de Boteco, que aconteceu na cervejaria artesanal Brass Brew, que hoje é um dos ocupantes do Térreo Virgínia.

O estúdio fica em um edifício de 1911, que pela primeira vez abriu suas portas para o grande público. O lugar recebeu palestras, discussões e um tour gratuito patrocinado pela Roca.

Das paisagens urbanas e fabris surgem as referências do F.studio,
estúdio de arquitetura e design idealizado em 2013 por Fernando Fernandes, Felipe
Vargas e Flavia Araujo. O trio, original de Minas Gerais, inspira em seus
desenhos o ritmo leve das formas bem delineadas combinadas a materiais e
texturas características da região – ferro, couro, madeira e concreto.
Percorrer o estúdio dos 3Fs no Centro de São Paulo é uma experiência afetiva
que evidencia a memória dos volumes e as superfícies texturizadas pelo tempo. Entre
o contraste de traços finos e estruturas rígidas, estão objetos subjetivos como
obras de arte e itens de colecionador.

O histórico Edifício 7 de Abril, assinado pelo escritório de Ramos de Azevedo, desativado em 2010, reabriu suas portas para abrigar o espaço Kura. Ocuparam o Kura a refúgio Design com o coletivo Gabinete 7, a exposição de arte da artista Fernanda Romão (F.Romao) e sua pesquisa sobre desconstrução e versões do ser, e Kaue Fuoco com upcycled designs feitos a partir de materiais do espaço ocupado. Toda construção e curadoria do Kura parte de um projeto retrofit.

O edifício da década de 1950 foi reinventado buscando um novo diálogo com a cidade. O projeto RBS 700 está localizado na Al. Ribeiro da Silva, 700 – Campos Elíseos – Centro de São Paulo. A solução para o prédio que estava vazio há muitos anos envolveu uma obra de engenharia de brilhar os olhos, além de uma arquitetura integrativa, humana e muito sustentável. Aliás, sustentabilidade é o tema central das soluções implantadas no projeto.

Desde a redução significativa da pegada de carbono, ao reaproveitamento de água para todas as unidades, energia renovável que atendem as áreas comuns e a biofilia como elemento de conforto e a grande aliada na diminuição das ilhas de calor do entorno. O RBS 700 é uma realização da Jive Investments e Incorporação da Somauma.

Em sua experiência de mais de 20 anos no design, a arquiteta Alessandra Delgado encontrou no casamento de materiais – como o ferro, madeira e vidro – não só a tradução da harmonia das formas tão presentes na natureza do Brasil, mas a tradução do traço escultórico de seus mestres inspiradores, os quais representa com leveza singular, revisitando como referência obras primas da arquitetura e design brasileiros.

Em 2017 fundou a marca autoral Alessandra Delgado Design, que conta com a loja atelier em São Paulo, além de distribuir as criações através de revendas parceiras em todo o Brasil e internacionalmente, com parcerias nos Estados Unidos e Europa. As coleções passeiam por móveis, objetos e tapetes atemporais e com olhar atento à sustentabilidade em todo o processo de produção das peças.

A marca mineira de mobiliário movimentou o casarão que detém na capital paulista. É um dos imóveis históricos mais charmosos de São Paulo, localizado a apenas dois quarteirões da Avenida Paulista, na Bela Vista.

Todos os ambientes foram decorados com peças contemporâneas da própria Doimo e de marcas parceiras. São mesas, cadeiras e poltronas que estão expostas em perfeita harmonia com o projeto arquitetônico do imóvel.

Neste ano, destaque para lançamentos assinados por Tiago Curioni, Roberta Banqueri e Rapha Preto, com inspiração na Bauhaus, Zaha Hadid, Paulo Mendes da Rocha, entre outros.

A cobertura de HAUS da Semana de Design de São Paulo, a DW! 2022, contou com a parceria da Inove Design.