A DW!, Semana de Design de São Paulo, chegou a sua 11ª edição em 2022 se consolidando como um dos três maiores festivais urbanos de design, arquitetura, decoração e economia criativa do mundo e não é à toa. Com inúmeras exposições, palestras e instalações espalhadas pela capital paulista, a feira mostrou a que veio, reforçando a importância do design no dia a dia das pessoas.

Nesta edição, entre os temas que se destacaram estão o design autoral e a economia criativa. “Acredito que esse tipo de movimento vem crescendo e ganhando espaço, principalmente nas grandes metrópoles, gerando um fortalecimento da economia no segmento e estimulando um consumo mais criterioso para a arquitetura de interiores, mais consciente e indo um pouco além do óbvio”, comenta Eviete Dacól, designer e diretora da Inove Design – loja referência em design e mobiliário de alto padrão de Curitiba.

Outro ponto levantado pela profissional foi a conexão profunda entre o design e arte, tendência global que se fez ainda mais presente nesta edição da DW!. Com execuções que transitam entre a arquitetura, objetos decorativos, joias, luminárias e revestimentos, as obras englobam desde artistas profissionais até pequenos artesãos. Segundo Eviete, essa convergência entre as duas áreas é fundamental, pois instiga as pessoas a pensarem diferente, estimulando o entendimento do novo.

Nesse cenário, o design surge como uma ferramenta poderosa de comunicação, expressando desejos, necessidades e temáticas importantes da sociedade. Para a designer curitibana Bruna Bomfim, essa transição representa muito bem o momento em que vivemos e assume diferentes formas e formatos. “A arte hoje já não é mais somente aquela coisa de retratos bonitos sobre uma tela branca. Eu acredito que hoje ela fala muito mais sobre críticas, onde vivemos, o tempo das coisas, a sustentabilidade, a forma como a gente vive. É muito bom poder perceber todo esse conceito por trás da arte refletido em produtos de design que usamos no cotidiano, isso faz com que as pessoas pensem e se questionem sobre temas importantes”, ressalta.

Conheça alguns dos destaques da semana de design apontados pelas profissionais:

A marca piauiense Trapos e Fiapos conta com uma produção totalmente artesanal, realizada por mulheres da comunidade de Santa Rita. Fincada na sustentabilidade, a marca olha com atenção para todo o processo de produção e ciclo de vida de seus produtos. “Quando você cria algo, mesmo ele sendo autoral, é preciso pensar em como ele deve retornar à natureza. No caso da Trapos e Fiapos, por serem feitos com fibras naturais, os tapetes depois de dez anos podem ser enterrados e isso é ótimo porque desta forma, não entram em um ciclo de lixo”, comenta Bruna.

Na Feira Rosenbaum, a sensibilidade de Thais Mor chamou atenção pelas peças quebradas de seu ateliê que ganharam nova proposta. A artista reaproveitou peças partidas que seriam descartadas e criou uma linha com frases intrigantes, fazendo o mix entre arte e design de uma forma bastante divertida e acessível.

Seguindo a linha proposta da Trapos e Fiapos de produzir produtos a partir de fibras naturais, a designer curitibana Ana Penso marcou presença nessa edição com a instalação Il Dolce Far Niente, na Feira Rosenbaum. A profissional que segue a filosofia Wabi Sabi, que prega a simplicidade como sofisticação, apresentou itens decorativos e peças de mobiliário, que tem como objetivo ser uma homenagem ao vime natural e aos momentos de tranquilidade.