Design
Visitamos a DW! e elegemos móveis que têm a cara do Brasil
Exposição do Mula Preta Design durante a DW!. Em destaque, a poltrona Basquete. Foto: Waldemir Filetti/Divulgação | Waldemir Filetti
A 5ª. edição da Design Weekend de São Paulo (DW!), que aconteceu entre os dias 9 e 14 de agosto, demonstrou a força do design brasileiro. O evento ganhou mais corpo este ano com a inclusão de outras ações e um público estimado de 15 mil pessoas. A principal delas é a High Design, que se mostra como evento âncora para as iniciativas das lojas e estúdios de design pela cidade.
Para o idealizador e CEO da DW! Lauro Andrade, o modelo internacional, que mistura festivais de design a feira de negócios para fomentar o mercado, é um bom caminho para o Brasil. “Nascemos com a missão de inserir o país no calendário mundial de eventos do segmento e ser a principal plataforma de exportações do setor moveleiro”, resume, lembrando que a High Design teve origem na Casa Brasil, que ocorria em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, em edições bienais, desde 2009.
A designer e empresária curitibana Eviete Dácol destacou a importância da iniciativa. “A produção brasileira de design está aquecida e ações assim fomentam tanto a indústria quanto o varejo.” Se para o mercado a DW! sinalizou que a indústria de mobiliário está forte, para os consumidores, algumas tendências de decoração foram apontadas.
Visitamos a DW!, como patrocínio da Inove Design, e destacamos cinco tendências que nos chamaram atenção.
Design com personalidade
As principais indústrias de mobiliário no Brasil evoluíram muito nos últimos anos no que se refere ao investimento em design como forma de oferecer produtos de qualidade e exclusivos. Muitos estúdios ou designers independentes surgem no mercado com uma produção consistente e com personalidade, alguns aproximando o design da arte. Do trabalho refinado, aparecem peças singulares e que nascem icônicas.
Madeira, a cara do Brasil
A abundância da matéria-prima natural fez dos pioneiros do design brasileiro, na metade do século 20, quase mestres carpinteiros. Eis dois casos clássicos: Sergio Rodrigues e Joaquim Tenreiro, ambos com móveis emblemáticos em Jacarandá. De lá para cá aprendeu-se a cuidar melhor da exploração da madeira e, neste cenário, surgem as peças feitas com reaproveitamento de resíduos florestais e com madeira de manejo sustentável ou de reflorestamento proveniente de vários cantos do país.
Experiência com materiais
O reaproveitamento de alguns materiais ou a simples união de dois deles ou mais. Esse movimento que apareceu no Salão do Móvel de Milão, em abril deste ano, confirma-se no evento brasileiro. A aplicação de técnicas diferentes aliadas ao bom design são determinantes para o processo. Essa mistura prova que a mescla de tecidos e texturas dentro de casa é bem-vinda e deve ser uma aposta na hora de decorar.
Conversa entre arte e moda
Arte e design têm relação estreita e, por vezes, até se confundem (ou se fundem). Várias mostras da DW! destacaram a relação que está em franca expansão. Seja no uso de obras consagradas para criação de produtos de design ou na colaboração de artistas no processo criativo de itens para casa.
A moda é outra que flerta com o design desde a alimentação das tendências até a criação de produtos e padrões.
A moda é outra que flerta com o design desde a alimentação das tendências até a criação de produtos e padrões.
Um quê de antigamente
Peças antigas com design consagrado estão com tudo e podem valer muito nas galerias especializadas em design. É a onda vintage que tem força fora do Brasil e começa a encantar outros públicos, que não apenas colecionadores. Entretanto, devido ao alto valor de móveis que podem ter mais de 50 anos, os designers investem no movimento retrô, que propõe a releitura da estética do passado.
*São Paulo (SP), enviada especial