SP-Arte
Design
16 lançamentos de design da maior feira de arte da América Latina

Poltrona Curva. Foto: Peu Campos
Até este domingo (30), está em cartaz a SP-Arte Viewing Room, primeira edição virtual da maior feira de arte da América Latina, que teve sua 16ª edição presencial cancelada neste ano em decorrência da pandemia da Covid-19.
A exposição reúne mais de cem galerias e marcas de design assinado que apresentam seus lançamentos e peças icônicas em um ambiente digital de fácil navegação, que reúne imagens, informações sobre o conceito, descrição e valor dos produtos. Há, ainda, a possibilidade de contato direto com os galeristas, o que facilita a negociação entre expositores e potenciais compradores.
Como não poderia deixar de ser, esculturas e pinturas roubam a cena. O design, que a cada edição da SP-Arte ganha mais espaço na feira, também está destaque, com peças que vão do mobiliário à decoração e iluminação. HAUS selecionou 16 delas, que compõem diversos ambientes com propostas contemporâneas, tradicionais e inovadoras. Confira!
Mergulho

A insistente substituição do real pelo virtual inspira a coleção Piscinas, assinada pela Alva. Como forma de estimular o resgate da subjetividade, as novas mesas são despidas de seu significado convencional e convidam o usuário a dar asas à imaginação e resgatar memórias por meio de volumes e planos. As peças são confeccionadas em azulejos, madeira e aço e assinadas por Marcelo Alvarenga e Susana Bastos.
Para carimbar e iluminar

Ícone do design brasileiro, a madeira é o elemento central dos dois lançamentos apresentados por Ana Neute. A luminária Canoa, para Itens, traz uma leitura do objeto ancestral, desta vez utilizado para "transportar" a luz. Feitas em madeira maciça de imbuia e freijó, as peças são esculpidas a mão em linhas delicadas e com um comprimento que pode chegar a 2 m, sem emendas.

Na coleção Bioma, a designer trabalha em parceria com o artista Thiago Fink e o também designer Otavio Coelho. O trio apresenta uma coleção de carimbos esculpidos a mão feitos com madeira de reaproveitamento de quatro árvores nativas brasileiras: cabreúva, freijó, imbuia e sucupira. As faces dos carimbos trazem desenhos de folhas, nós, galhos e flores das árvores, resultando em inúmeras possibilidades de combinação delas para a confecção de estampas, postais, quadros e o que mais a imaginação permitir.
Arte indígena

Produzidos a partir de um único tronco de madeira, sem juntas ou emendas, os bancos indígenas conectam as tradições culturais ao design contemporâneo. Confeccionadas por artesãos do povo Mehinaku, comunidade indígena Xingu, as peças expandem sua função de assento e a dimensão simbólica que representam na tribo, onde funcionam como demarcador social, para se transformar em peças decorativas que têm nas formas animais e nos grafismos seus destaques.
Novo olhar

O protótipo de um pé de mesa abandonado no acervo do Candida Tabet Arquitetos Associados deu origem à Quadrúpede. A partir dele, a mesa ganhou outros nada óbvios apoios, entre eles um ex-abajur em madeira jacarandá e bolas de cricket que foram empilhadas, e infinitas possibilidades de composição. O tampo em madeira tem bordas afinadas, que atraem o olhar para os pés, e largura variável.
Lã e luz

Releitura da luminária Poste, desenhada por Etel Carmona, a Luminária Lilly explora as sutilezas da lã e da luz a partir do trabalho de Inês Schertel. O tom claro da madeira contrasta com o branco natural do fio e traz à peça uma aura robusta e, ao mesmo tempo, sutil.
Modelagem

Um banco de papel machê. A peça, assinada pelo designer Humberto da Mata, integra a coleção Orgus. Com 1,68 m de comprimento, o banco é moldado a mão e, depois de seco, revestido com argamassa de argila branca e resina acrílica.
Soprado

A referência à água aparece, também, no vaso Igarapé, de Jacqueline Terpins. Inspirado nas ramificações do Rio Negro e no "caminho de canoa" - sendo ygara (canoa) e apé (caminho), em tupi -, traz forma que insinua o movimento e aponta a direção.
Dobradura

A dobra é a marca registrada das luminárias assinadas por Mel Kawahara, feitas em filme de polietileno. Na SP-Arte, ela apresenta o pendente Disco, grande em diâmetro (60, 70 ou 80 cm), mais fino em espessura (apenas 12 cm), executado a pedido de um arquiteto que desejava iluminar a sala de jantar de um apartamento no icônico Edifício Copan sem prejudicar o campo de visão do plano aberto.
Traço orgânico

As linhas arredondadas dão forma e nome à coleção Curva, assinada pelo Metro Arquitetos para a +55design . Com clareza de performance estrutural e funcional, as peças têm desenho orgânico e destacam o uso da madeira. Na Cadeira Curva, ela ganha o complemento do aço nos pés e revestimento em um único elemento em couro.
Conforto

Versão mais confortável da série "K", por Ricardo van Steen para Mobília Tempo, a poltrona Kanga Bold traz pés metálicos e assento em couro-sola - como suas irmãs, Kanga Comfort e Kanga Light -, estofado com tecido de alfaiataria. A série foi inspirada no Cangaço, fazendo referência às vestimentas dos cangaceiros.
Dois que viram três

A união do vime e do plástico, duas matérias-primas importantes na trajetória solo dos designers Nicole Tomazi e Sergio Cabral, marca também o primeiro trabalho assinado pela dupla: a coleção 1 + 1 = 3, apresentada com exclusividade na SP-Arte. São quatro peças: um aparador, um banco e duas luminárias, entre elas a Baixa (foto).
Fauna

A Coleção Bichos do Brasil traz objetos decorativos e colecionáveis com figuras da fauna em madeira. Geometrizados, os elementos que formam cada uma das peças destacam as técnicas tradicionais da marcenaria. Os "olhos" redondos e profundos são outro detalhe marcante no trabalho de Noemi Saga Atelier.
Uso coletivo

A ,Ovo apresenta na SP-Arte seu novo selo, o ,Ovo Public, que tem Luciana Martins e Gerson de Oliveira à frente, com o objetivo de levar o design de qualidade também para os espaços de uso coletivo. A dupla assina a linha Obi (composta por mesa, cadeira, banqueta, estante e banco) e a cadeira Loop, que ganharam uma paleta cromática exclusiva, que permite a personalização das peças.
Ergonomia

A chaise Arp leva o sobrenome do artista franco-alemão Jean Arp, cujas criações escultóricas inspiraram seu formato, assinado por Patricia Anastassiadis para Artefacto. Sinuosa, ela brinca com os volumes do corpo humano ao mesmo tempo em que proporciona movimento e o acolhe com ergonomia.
Solitário

Um tubo fino de metal e uma proposta pouco convencional de trazer a natureza para dentro de casa. Assinado pelo designer Guilherme Wentz, o vaso Solo se apoia sobre o piso e é fixado à parede por um suporte escondido (de onde pode ser removido para limpeza ou reposição de água), apresentando-se leve e delicado.