Design
Famosa escola de design Bauhaus abre quartos originais de 1920 para hospedagem
O estudante Siegfried Giesenschlag em seu quarto, entre 1926 e 1930. Foto: Stiftung Bauhaus Dessau/Divulgação
A comemoração do centenário da Bauhaus — instituição símbolo da arquitetura moderna e cujas influências se estendem até os dias atuais —, é só em 2019, mas já está acontecendo em grande estilo. A sede da escola, em Dessau, na Alemanha, está aberta para hospedar visitantes, recriando sua atmosfera de criatividade a partir da reconstrução dos quartos originais.
Tudo foi refeito como na época de ouro da escola, do piso aos móveis e acessórios. Construído em 1926, o prédio conhecido como “Prellerhaus” tem 28 quartos, cada um com cerca de 20 m². A maior parte da mobília é assinada por Michael Thonet, que no final do século 19 criou a técnica de encurvar a madeira na produção de móveis. Sua fábrica foi a primeira a produzir móveis em escala industrial, e vários dos seus produtos foram usados na escola alemã.
Os cômodos seguem a principal premissa do ideal de Bauhaus, a funcionalidade, dispensando decoração e focando apenas no que seria essencial: cama, escrivaninha, cadeiras e armário. O preço dos quartos individuais é de 50 euros de domingo a quinta-feira e de 55 euros nas sextas e sábados — o que equivale a R$ 225 e R$ 250, respectivamente. No site da instituição é possível encontrar mais informações sobre reservas.
Por dentro, suas paredes guardam as histórias de seus estudantes que marcaram presença na arte, na arquitetura e no design. Alguns dos nomes saídos da escola que ganharam reconhecimento internacional foram o artista Josef Albers, a fotógrafa Gertrud Arndt, o fotógrafo e arquiteto Erich Consemüller, o designer Herbert Bayer, a pintora Marianne Brandt e a artista têxtil Gunta Stölzl.
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A Bauhaus
Fundada em 1919, a Bauhaus funcionou até 1933, mudando de sede em três ocasiões diferentes: Weimar, de 1919 a 1925; Dessau, de 1925 a 1932, e finalmente Berlim, em 1932 e 1933. Durante 14 anos, a primeira escola de design do mundo subverteu conceitos burgueses e passou a buscar uma arquitetura mais sóbria e funcional.
Na compreensão de Bauhaus, cada uma das áreas não deveria ser abordada individualmente, mas como parte de um todo. O pensamento acabou chegando influenciando em diversas áreas, como design gráfico, de produtos e publicidade, influenciando-as até hoje. À época, a escola funcionava com cerca de 200 alunos. O prédio da instituição em Dessau integra a lista de Patrimônio Mundial da Unesco desde 1966.