A Moka Express (ou italianinha, para os íntimos) é figura fácil na cozinha de apaixonados por um bom café e um bom design. Desenhada por Alfonso Bialetti, a icônica cafeteira transita de objeto de desejo a companheira do dia a dia e completa 90 anos ainda absoluta sobre a boca de fogões mundo afora - além de integrar importantes acervos como o do MoMA (Museu de Arte Moderna), de Nova York.
Criada em 1933, a peça se popularizou rapidamente na Itália do pré e pós-guerra, como produto de produção artesanal, mas ganhou o mundo a partir da segunda metade dos anos 1940. Tamanha longevidade tem inúmeros motivos, mas um é certo: a união entre beleza e praticidade.
"Assim como acontece com os grandes arquitetos, os grandes designers de móveis, este é um clássico que não envelhece", afirma Umberto Millo, diretor presidente da Imeltron (importadora exclusiva da Bialetti para o Brasil), e completa: "nenhum outro utilitário foi capaz de aliar um café tão gostoso com um desenho que agradasse tantas gerações. Se você apresentar a Moka para um idoso, ele reconhece e ama; para um adulto, ele deseja; para um jovem, ele acha muito prática e bacana. Não tem jeito, o design dela é imbatível".

Outras características da Moka também foram se destacando ao longo do tempo na comparação com outros modelos. Além do fácil manuseio, ela não utiliza filtros de papel ou de pano e não precisa de detergentes para a limpeza, garantindo um selo de sustentável ainda antes de ele estar em voga. "E além de tudo é linda", brinca Millo.
Claro que a lógica industrial e a publicidade deram seu empurrão à marca: com desenho de Paul Campani foi criado o Homenzinho de Bigodes ("Little Man with Mustache”), que se tornou a "cara" da Bialetti, inicialmente em vídeos animados que eram exibidos nas emissoras de tevê italianas e hoje estampado no corpo da cafeteira.

Patenteada, a cafeteira mudou muito pouco desde que foi criada, mantendo suas linhas características e - especialmente - o mecanismo de funcionamento. Quando desenvolveu a Moka, Bialetti mirou numa peça simples, eficiente e acessível, para preparar um café muito similar ao espresso, mas em casa. O item surgiu inspirado no princípio de uma caldeira e foi batizado em alusão ao termo “al-Mukha”, nome de uma cidade do Iêmen famosa pelos grãos premiados.
A anatomia de um clássico

A Moka funciona através do princípio da pressão da água e seu design é totalmente encaixável, composto por três partes principais: base, funil e reservatório superior. A base comporta a água e fica em contato direto com o fogo. No meio fica o funil, que se abre para um compartimento perfurado onde deve ser colocado o pó do café (mas nada de compactar, hein!). Por fim, a parte de cima destaca o formato octogonal e é para lá que vai a bebida, pronta para servir.
Pó e água adicionados, hora de ligar a chama e presenciar a "mágica". Quando a água esquenta ela sobe pela cafeteira, atravessando o café e chegando ao compartimento superior. "Parece e é simples, mas não deixa de ser sensacional", diz Millo, mas frisa: "quando preparar o café na Moka Express esteja junto porque é muito rápido, este processo demora uns 2 minutinhos".
Pedimos licença ao Bom Gourmet para mais uns segredinhos de preparo: coloque um fio de água na parte superior para evitar que o café fique com gosto queimado, prefira fogo baixo e opte por um grão de qualidade, de preferência moído na hora, em moagem média.

Para usar e expor
O modelo tradicional, na coloração própria do alumínio, é obviamente icônico, mas as versões coloridas e edições limitadas não passam despercebidas e são perfeitas para incrementar a decoração. A collab mais recente a chegar no Brasil tem a Moka "vestida" de Dolce&Gabbana, trazendo um ar fresh e elegante à tradicionalíssima italianinha.

A D&G buscou no chamado “carretto siciliano” (carroça siciliana) a inspiração para uma estampa exclusiva e cheia de personalidade. Símbolo do folclore e da cultura da Sicília, o carretto traz uma explosão de cores e ousadia na composição exclusiva: a decoração das cafeteiras tem uma matriz em comum, mas a aplicação dos desenhos não se repete de maneira uniforme, tornando cada peça única.