Design
Fibra do abacaxi é alternativa para substituir couro animal
Couro extraído do abacaxi é alternativa viável para substituir couro animal. Foto: Greg Montani/Pixabay/Divulgação
O couro tem seu mercado cativo na decoração e na moda. Mas sua produção gera diversos impactos nocivos ao meio ambiente, como a geração de resíduos poluentes, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Porém, a solução pode estar no abacaxi. Sim. O couro do vegetal é uma alternativa viável e esteticamente bastante similar a sua variante animal, o que pode tornar o material bem menos controverso.
A ideia é da designer espanhola Carmen Hijosa, que, durante os anos de 1990, em uma fábrica de couro das Filipinas, deparou-se com a baixa qualidade do produto oferecido e decidiu trabalhar com materiais alternativos.
A solução veio da observação de uma vestimenta tradicional daquele país chamada Barong Tagalog, utilizada amplamente em cerimônias de casamentos. Carmen percebeu a leveza e a força do material feito de fibras de abacaxi e soube na hora que era possível criar uma malha não urdida (ligada em conjunto sem a necessidade de tecelagem).
O material foi chamado de Piñatex e é extraído das folhas do abacaxi antes que sejam cortadas e descartadas. O couro oferece diversas espessuras e pode ser tingido e tratado para atingir vários tipos de textura.
Depois de anos desenvolvendo o produto no Colégio Real de Artes, em Londres, a designer viabilizou a produção de calçados e bolsas de grandes marcas, como Puma, Camper e Ally Capellino. E fundou sua própria empresa, a Ananas Ananam.
“Somos totalmente inovadores. Não estamos substituindo algo, somos uma alternativa. Somos uma alternativa ao couro e uma alternativa para têxteis à base de petróleo, o que é sustentável e tem uma base sociológica e ecológica sólida”, conta a designer.