Design
Escritório de arquitetura usa papelão para construir ambientes

A espanhola CartonLab trabalha com ambientes em papelão. Foto: Eric Laignel/CartonLab
Foi em 1972 que o designer e arquiteto Frank Gehry criou uma peça escultural, que até hoje é um ícone do design de móveis modernos: a cadeira Wiggle. Na proposta de utilizar materiais leves e econômicos, ele ousou e desenvolveu a peça em papelão ondulado, colou várias camadas uma sobre a outra e fez com que a cadeira se tornasse forte o suficiente para aguentar o peso, além de muito prática.
O papelão, de maneira geral, não tem a proposta de ser nobre. Pode ser composto por uma, duas ou até três camadas de papel ondulado, o que faz a matéria-prima ficar resistente. Nos estudos de design de produto, o material é utilizado para a produção dos primeiros protótipos e também embalagens. Papelão é de fácil corte e manuseio, mas consegue ser bastante resistente.
A cadeira Wiggle, assinada por Frank Gehry, é fabricada pela Vitra na Europa. A peça original pode ser encontrada pelo equivalente a R$ 3.400 em sites europeus de mobiliário. O móvel curvilíneo é um dos queridinhos da marca, que tem divulgado que a peça “supera com sucesso as fronteiras entre a arte e mobiliário.

Rápido, resistente e funcional
Rápido, resistente e funcional. Se há quase 50 anos Gehry inovou com o uso do papelão, ainda hoje o uso do material ganha destaque e irreverência. Na Espanha, o estúdio de arquitetura CartonLab, liderado pelos arquitetos Carlos Abadia Suanzes-Carpegna, Ignacio Bautista Ruiz e Pablo García Mora, tem descoberto o enorme potencial do papelão.
“Versátil, resistente, ligeiro e ecológico” foi a descrição usada pelos profissionais para definir a matéria-prima reciclável. Para trabalhar e produzir projetos em excelente padrão de qualidade, o estúdio utiliza ferramentas de fabricação digital, que proporcionam uma ampla rede de produção e execução de projetos.
Desde 2010, a CartonLab atuou para mais de 20 empresas, que vão desde agências de comunicação e organizadores de eventos até instituições de todo o mundo. No portfólio, projetos que vão desde construções de stands tridimensionais a mobiliário como mesas e cadeiras, biombos originais para de limitação de espaços e estantes e balcões para lojas. Todas as peças são pensadas e projetadas de acordo com a necessidade de cada cliente.

Como é tudo feito em papelão, os projetos são 100% recicláveis e reutilizáveis. “Todos os nossos projetos são rápidos, resistentes e funcionais; fáceis de transportar, armazenar e montar. Não são necessárias peças auxiliares para montagem que geram ruídos ou resíduos contaminantes”, defende a marca.
Como são fáceis de montar e desmontar, toda a estrutura desenhada em papelão é feita em sistemas de encaixe resistentes. O envio das peças é feito em pranchas, facilitando a logística de entrega, garantindo também a reutilização das peças quando necessário.
Para a marca, as peças de papelão são uma forma inovadora de entender o mundo dos eventos. É respeitosa e ecológica com o meio ambiente e tem surpreendido visitantes com soluções exclusivas.
*Especial para HAUS.