Decoração

Vestindo corpo e casa

Lívia Inácio
23/04/2015 01:00
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No início da sua carreira de estilista você já cogitava entrar para o ramo da decoração?
Não, as direções que a minha carreira tomou nunca foram programadas. Sempre tive vontade de fazer coisas diferentes. As oportunidades foram aparecendo e eu fui aceitando ou não. Hoje, a diversidade de produtos que a gente cria é tão grande que eu não posso dizer que eu faço roupa e, de repente, faço tapete. Eu faço roupa e tapete e dou a mesma importância a tudo.
Quais as diferenças entre a criação de uma roupa e de um item para casa?
Se você vai criar um tapete, por exemplo, você estuda o que o cliente gosta de levar para casa, roupas, motivos, estampas. Quando você quer fazer roupa, você tem de estudar, entre outras coisas, a vestibilidade. Porque o tapete não obedece a forma de um corpo, né? E a roupa sim.
E quais os maiores desafios de produzir itens de decoração?
A roupa é muito mais fácil de ser trocada. O que você compra para casa tem de durar muito tempo. Por isso a minha ideia é fazer produtos cada vez mais atemporais. E esse é um grande desafio.
Tem algum produto seu que é o seu queridinho?
Eu gosto de todos os que eu fiz até agora! Na minha casa, tenho todas as linhas de louça que criei, tenho todos os edredons e espero logo ter os tapetes.
Como você escolhe as empresas que serão suas parceiras?
Ou as empresas nos procuram ou vamos atrás delas. Geralmente são elas que nos procuram. O produto proposto tem de ter uma sinergia com a nossa marca. E a empresa em questão precisa estar aberta a novidades.
Você é uma das maiores referências da moda brasileira. Como pretende conquistar o mesmo prestígio na decoração?
É preciso criar produtos genuínos, que levem as características da marca, respeitando as delimitações de cada público. Se eu conseguir fazer com que nosso DNA esteja em todos esses itens, sendo honesto comigo e com o consumidor, nossas linhas vão crescer e se perpetuar.
Por que escolheu a caveira como marca do seu trabalho?
Quando eu era criança colecionava brinquedos com essa temática mais obscura e a primeira roupa que eu fiz para vender foi uma camiseta de caveira. Desde então eu uso a imagem. A caveira, para mim, é símbolo de vida. Ela estrutura o corpo, o crânio protege o cérebro, então, enquanto muita gente a vê de uma forma negativa, eu enxergo por outro lado.
E qual é o DNA da marca?
A inovação. Buscamos lançar, em cada linha, algo que ninguém fez.