Uma tevê para dois ambientes

Você mora sozinho, está vendo tevê no quarto e vai para a sala. Ao invés de ligar outro aparelho, é só virar o mesmo. Os sistemas giratórios para televisão são uma alternativa inteligente para quem precisa otimizar espaço e energia. O recurso ainda não foi totalmente incorporado ao ideário de quem está construindo ou reformando a casa, mas, de acordo com as arquitetas Sony Luczyszyn e Cristiane Maciel, é uma solução até na hora de inovar na decoração.

A dupla usou o recurso duas vezes no projeto de uma cobertura, na praia de Caiobá. “No andar de baixo a tevê pode ser vista tanto da sala de estar quanto da sala de jogos, e em cima, o aparelho atende à sala de jantar, à churrasqueira e também à cozinha.” Para Sony, a ideia é tornar o uso do aparelho mais versátil, como acompanhar uma receita na televisão enquanto se cozinha, assistir a um jogo de futebol na hora do churrasco ou colocar um DVD durante a partida de baralho. “Com os sistemas giratórios, ampliam­se as opções de usufruto dos espaços.”

A fixação do aparelho é feita em uma estante, móvel giratório ou por um tubo de metal, que recebe toda a fiação. “O cilindro de metal vai do piso à laje e tem um sistema que evita que os fios se emaranhem ou embolem, permitindo um movimento de 360 graus”, comenta Sony. Os usuários podem girar a televisão tanto para um lado quanto para outro, sem a preocupação de arrancar a fiação da tomada. Ao tubo é acoplada uma chapa de MDF, pintada de qualquer cor, para harmonizar com o ambiente, e tem função de esconder o fundo da tevê.

A arquiteta Fernanda Borio usou o cilindro giratório para incrementar as opções de lazer de uma casa de três andares, também em Caiobá. “No último piso, o quarto do casal e a área externa são integrados. Os moradores podem assistir à televisão tanto da cama, quanto do ofurô, no deque.” O designer Daniel Casagrande e o arquiteto Luiz Maganhoto optaram pelo recurso ao projetar um apartamento de 180 m2. “Um dos quartos foi revertido em sala de tevê. Derrubamos a parede e o integramos à sala de jantar, usando a televisão”, conta Casagrande.

A instalação da estrutura exige mão de obra especializada, com técnicos e marceneiros. “É necessário analisar o peso e o tamanho da tevê, calcular a bitola do tubo de aço e a distância que o aparelho ficará do espectador, para que a imagem não fique distorcida.” orienta Casagrande. Por isso, o sistema encarece em cerca de 10% a 15% a instalação de um aparelho em um móvel.