Vida nova no apartamento 14
Camila Manosso e Marcelo Simplício queriam um canto só para eles. O espaço ideal surgiu por acaso, há cerca de um ano, e fez com que os dois deixassem a casa dos pais para assumir um novo endereço: o apartamento 14, no bairro Santa Quitéria. “A gente ainda está se adaptando, aprendendo a lidar com as contas, as responsabilidades e os compromissos”, confessa o designer. O dinheiro foi um desafio para o casal até na hora de decorar o apê. Como tudo estava caro demais, os dois resolveram fabricar os próprios móveis. “Acho que isso também deixou a casa mais com a nossa cara”, comenta Camila.
A experiência foi tão bem sucedida que eles resolveram compartilhá-la por meio de um blog e de perfil no Instagram mostrando todas as fases de criação e execução dos móveis.
“Quisemos compartilhar alguns projetos que fizemos e que custaram muito pouco. E, também, incentivar as pessoas. Tipo ‘gente, dá pra fazer’. Se você quiser, rola”, diz ela. A experiência mostrou afinidades do casal e revelou um desejo a ser realizado em breve: criar uma linha de negócios voltada ao design de mobiliário.
Janela dos sonhos
Há um ano, Milton Schubert conseguiu realizar um de seus sonhos. “Morar em um apartamento com janela do chão ao teto e ter uma vista maravilhosa”, conta o profissional de Marketing. Do 26º andar do prédio no Centro, a vista privilegiada de Curitiba é uma inspiração. “Minha família toda é daqui, mas quando eu tinha dois anos de idade meu pai foi transferido para Florianópolis e nos mudamos. Eu sempre quis voltar para cá, mas não sabia como.” Anos depois, já formado, ele conseguiu um emprego na capital paranaense e não pensou duas vezes. “Consegui o emprego no sábado e na segunda já estava de mudança”, comemora.
De lá para cá , morou com a avó, foi para outro apartamento, até encontrar seu apartamento dos sonhos. “Sempre quis morar em lugar que tivesse a minha cara. Estou fazendo um test-drive aqui e acho que, em breve, vou conseguir comprá-lo. Mas já o deixei do jeito que eu queria”, afirma.
Os pequenos detalhes foram o jeito que Milton encontrou de transformar a decoração sem mexer na estrutura. Tem coleção de bonés logo na entrada e até placa luminosa na cozinha.“Hoje a decoração é em tom de azul. Mas posso pintar a mesa de vermelho, colocar capas alaranjadas nas almofadas, por exemplo, e mudar a cara da casa quando quiser”, diz. Os 39m² do apartamento já receberam 15 pessoas de uma vez só. “As pessoas vem à minha casa e dizem que a energia é muito boa. Elas sabem que sou feliz aqui.”
Quarto da mudança
Foi a falta de um quarto que fez a família de Dania Mara da Conceição se mudar do apartamento onde viviam há 26 anos. Os pais da arquiteta, residentes em São Paulo, se incomodavam por, a cada visita, tirarem o quarto de um dos netos, Daniel, de 20 anos, e Carolina, de 14. A decisão não foi simples: “Levamos de dois a três anos para escolher um lugar que valesse a pena, pois iríamos deixar a casa onde vivemos por muito tempo”, lembra José Carlos, engenheiro civil e marido de Dania.
Encontrado o apartamento com quatro quartos e uma sacada espaçosa no Ecoville, a arquiteta-moradora, natural do ensolarado Espírito Santo, começou a pensar a decoração pela iluminação: “Eu queria um apartamento claro, que não lembrasse o cinza de Curitiba”.
A casa foi toda planejada para atender aos sonhos de cada integrante da família. “Assim que decidimos pela mudança, a Carol disse que queria cama de casal e armário espelhado no seu quarto. Aí veio o desafio de profissional e de mãe, afinal, tive de fazer as vontades de uma filha adolescente em um quarto pequeno”, diverte-se.
Daniel, filho mais velho, afirma que a maior dificuldade que sentiu na nova casa pode ser medida em quilômetros. “No antigo apartamento, que ficava no Bigorrilho, a gente tinha tudo por perto. Aqui, precisamos de carro até para ir à padaria.” Há quase um ano no apartamento novo, todos se sentem à vontade. “Posso dizer que, desde o primeiro mês, me sinto verdadeiramente em casa.”
* Com colaboração de Rafaela Sinderski.