Decoração
Em meio a Mata Atlântica, palacete da família Matarazzo vira hotel com o máximo do luxo
Palácio Tangará: imóvel da década de 1940 ganhou nova decoração que está sendo comparada com os hotéis de seis estrelas pelo mundo. Foto: Reprodução /Palácio Tangará
O prédio monumental de 27 mil m², erguido a partir do palacete da década de 1940 que pertencia ao milionário Baby Pignatari, um dos herdeiros da família Matarazzo, é abraçado pela vegetação típica da Mata Atlântica do Parque Burle Marx, no Panamby, zona sul de São Paulo. Esse é o Palácio Tangará, um grande aplauso à brasilidade. A começar pelo nome tupi, emprestado dos pássaros coloridos que se espalham do norte ao centro-oeste do Brasil. Mas tantas qualidades têm um preço.
O hotel com 141 apartamentos, cada um com hall privativo e vista para o parque, tem diárias a partir de R$ 899, podendo chegar a R$ 1.970. O grupo alemão Oetker Collection é o responsável por dar nova vida ao palacete paulistano, que já é considerado um dos mais luxuosos do país e citado como padrão seis estrelas por diversos especialistas.
O projeto de interiores das áreas comuns leva a assinatura da arquiteta Patricia Anastassiadis, que acumula importantes projetos no currículo, como dos hoteis Hilton Barra, Grand Hyatt, Ritz Carlton, Club Med Trancoso e Tivoli Mofarrej, e apresenta um trabalho de alfaiataria arquitetônica, inspirada em documentos naturalistas como os pintados por Debret, Eckhout e Rugendas. “Quero mostrar que dentro desse hotel tudo é nacional: a qualidade dos nossos minerais, a sofisticação das matérias-primas, o nosso design. Falamos, sim, de um Brasil riquíssimo em belezas naturais, mas também de um dos marcos mundiais do Modernismo, de um lugar absolutamente cosmopolita – tudo mantendo o DNA dos grandes hotéis da Oetker.
É quase um olhar estrangeiro, só que de dentro para fora”, conta Patricia. O DNA do projeto são os espaços internos generosos, aliados a uma decoração acolhedora, o que confere aos apartamentos uma sensação de home away from home. O decorador Luiz Ricardo Bick e o arquiteto William Simonato ficaram responsáveis pelo visual dos quartos.
No Tangará, as obras de arte determinaram o layout. Sobre bases sofisticadas – que incluem um tapete de 200 metros quadrados desenhado por Patricia em degradê e executado na Índia – a mobília também é quase 100% autoral, fabricada pela Artefacto.
Poltronas, sofás e cadeiras recebem referências Art Déco, Art Nouveau e orientais com curvas sensuais e proporções um pouco mais generosas, feitas sob medida. Um dos exemplos dessa originalidade é o sofá Jean, que tem shape delineado em homenagem a Jean-Georges Vongerichten, o poderoso chef três estrelas Michelin que assume a cozinha do Tangará. O restaurante conta com uma private dinner, chef´s table para 16 convidados e adega.