Os xodós da casa

Em tempos de mobília modulada, sem identidade, as antiguidades podem, sim, renovar e acrescentar uma pitada mais original ao ambiente. Os antiquários são uma solução para escapar da mesmice na decoração do lar. Fascinantes, esses espaços seduzem ao apresentar peças exclusivas e cheias de história, que prontamente se tornam xodós dos donos.

Para o arquiteto Luiz Maingué, os móveis e objetos antigos dão um toque especial à casa, escapando da predominância das linhas retas das criações atuais. “Uma peça de antiquário sempre agrega personalidade e um toque de classe em um ambiente contemporâneo”, explica.

Maingué ressalta que existe um recente incentivo ao uso de antiguidades, fugindo das tendências minimalistas da década de 1990 e do começo do século 21. “As peças antigas humanizam o ambiente e carregam as incríveis histórias sobre nossos ancestrais”, destaca.

Isso não significa transformar sua casa em uma museu de relíquias. Para evitar esse resultado, a arquiteta Ivana Malczewski sugere a mistura de objetos antigos e contemporâneos para valorizar o espaço. “Essa mescla deixa o ambiente harmonioso e aconchegante.”

Além da relevância cultural desses objetos, a designer de interiores Liliana Kepka enfatiza também a qualidade e durabilidade das peças, produzidas com materiais mais resistentes e mais detalhes. “Os móveis antigos são mais trabalhados, cheio de detalhes feitos a mão”, considera.

Sérgio Iahn, Raul Reinhardt, Alfredo José Machado e Cristiano Ross são alguns dos proprietários de antiquários importantes da capital

O administrador de empresas Cristiano Ross trabalha com antiguidades há 12 anos, movido principalmente pelo gosto pessoal. Em seu acervo predominam peças francesas e inglesas dos séculos 19 e 20, e também criações brasileiras, com destaque para móveis feitos com madeira jacarandá. Seu antiquário surpreende por não ser um ambiente carregado e abarrotado de antiguidades, dando um destaque maior para cada artigo.

Coleção particular: um barômetro, instrumento que mede a pressão atmosférica, no estilo art nouveau do século 19.

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Abriu sua coleção para o público há 26 anos, na própria casa onde nasceu. Sua afeição por antiguidades surgiu como alternativa empresarial à carreira como corretor de bolsa durante as turbulências do Plano Cruzado. Mantém um acervo mais clássico, com louças, lustres, bustos e porcelanas de Sèvres, principalmente dos séculos 18, 19 e 20.

Coleção particular: busto de Luís XVI, do século 19, de Sèvres.

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O antiquário de Ségio Iahn, catarinense de Lages, é um imenso depósito de móveis, aparelhos eletrônicos e diversas quinquilharias que podem ser soluções impensáveis na decoração de um ambiente. Com 20 anos de existência, o S.Iahn ou Bottegantiga não tem uma linha específica de peças. Há um pouco de tudo, do clássico ao moderno. De um portal chinês a um jukebox, passando por móveis paranaenses. Ele entrou no mercado há 25 anos, trabalhando com joias antigas.

Coleção particular: uma moto, Jawa Perak 1957, que Iahn adquiriu quando morou nos EUA.

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Com 26 anos de existência, o antiquário do psicólogo Alberto Machado começou comercializando apenas tapetes persas. Aos poucos, foi introduzindo outros objetos de decoração, como bustos, cadeiras, lustres, entre outros artigos. Em sua loja, o estilo francês impera, com peças que vão de Luís XV ao período áureo de Napoleão. Também conta com peças de porcelana de Dresden, de cristal Murano e da tradicional fábrica alemã WMF.

Coleção particular: estátua francesa em mármore de Carrara do século 18.

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Serviço:

• S.Iahn, Rua José Sabóia Cortes 103, Centro Cívico, (41) 3253-4344.
• Alberto José Machado, Rua Visconde do Rio Branco, 374, cj. 01, São Francisco, (41) 3225-3348, www.antiquariomachado.com.br.
• Raul Reinhardt, Rua Inácio Lustosa, 416, São Francisco, (41) 3222-2501.
• Cristiano Ross, Alameda Augusto Stellfeld, 1.215, Bigorrilho, (41) 3322-8888, www.antiquariocristiano ross.blogspot.com.br.