Algumas escolhas são vistas como bregas quando o assunto é decorar. Do pinguim de geladeira às flores artificiais, descubra como usar (ou não) dez recursos ou objetos com estilo, seguindo algumas dicas da arquiteta Bárbara Penha:
1. Toalhas de crochê ou bordadas
Elas carregam, normalmente, uma tradição de família por terem sido feitas pelas mães ou avós. É difícil se desfazer, mas usá-las como antigamente pode não ficar bem em uma decoração mais contemporânea. “O valor afetivo não pode ser descartado. A dica é usar em outro contexto. Cheguei a emoldurar uma peça de crochê e a ideia foi ótima”, comenta Bárbara. Outra opção é unir várias peças pequenas para criar uma capa de almofada ou cúpula de abajur, por exemplo.
Primeiro, vamos a um pouco de história: nos anos 1950, os refrigeradores eram bem diferentes dos atuais. Em lojas de artigos domésticos, eles eram confundidos com grandes armários de louça. Para deixar claro quais eram os refrigeradores, a marca americana Kelvinator colocava estátuas de cerâmica em forma de pinguins sobre eles.
Bem, a moda pegou, mas com o tempo passou a ser considerada brega. A verdade é que hoje há muitas formas de usar o objeto de forma bem irreverente e divertida. Nas lojas de decoração não faltam peças personalizadas para os amantes da ave. Na foto, o pinguim da Tok&Stok, R$ 37,50.
Há cerca de 20 anos, as paredes com texturas começaram a aparecer na decoração das casas. Criaram-se diversas técnicas e produtos específicos. Para a arquiteta, dentro de casa as texturas como eram usadas antigamente devem ser evitadas ou substituídas por produtos mais modernos com efeito de concreto e tecido, por exemplo. Na área externa, a textura é bem-vinda e tem a vantagem de exigir pouca manutenção e disfarçar os sinais do tempo. Na foto, uma proposta de textura da Lukscolor.
Entre os profissionais de decoração, esse é um item polêmico, mas, em geral, a família não abre mão de expor suas memórias pela casa. A sugestão, em busca de equilíbrio e privacidade, é criar uma galeria com molduras modernas em um corredor ou parede da sala, evitando espalhar inúmeros porta-retratos pela casa.
O design das plantas artificiais evoluiu bastante e há vários profissionais que passaram a investir nesse artifício para compor ambientes. O importante é não exagerar na dose e deixar para usar as plantas apenas onde as flores naturais padeceriam por falta de ventilação e iluminação. “É importante avaliar a disposição da família em cuidar das plantas naturais. Para os que não tem essa disposição, as artificiais, bem bonitas e dispostas de forma harmônica, são ótima alternativa. Na foto, projeto de Samara Barbosa e Michele Krauspenhar com plantas artificiais.
Ter uma obra dos sonhos custa caro, as vezes um dinheiro fora das possibilidades da família. Para muitos, a alternativa é recorrer à reproduções, mas há alternativas mais interessantes. “Ao invés de uma reprodução da tela, que tal usar um pôster com a assinatura de um museu, por exemplo. É assumidamente uma reprodução, mas tem o toque da assinatura”, comenta Bárbara.
Outra dificuldade é compor a decoração com quadros de família que não combinam com o todo da decoração. “Para não ofender uma tia que pintou aquela tela há muitos anos, sugiro buscar uma nova forma de expor a peça, mudando a moldura e colocando-a em um arranjo inusitado”, diz. Na foto, poster com moldura do Andy Warhol, da All Posters, por R$ 336.
Sancas, colunas com desenho rebuscado, entre outros elementos arquitetônicos muito destacados dão ar de exagero ao ambiente. O truque aqui, caso não esteja nos planos eliminar, é evitar iluminação a mais, especialmente nas sancas. “As luzes amareladas e quentes são a melhor alternativa para colocar dentro das sancas, destacando-as com leveza.” Na foto, projeto da Kasanova, do Rio de Janeiro.
Um ícone do paisagismo nos anos 1970, a peça usada em vasos de xaxim com corrente ganhou fama de cafona e caiu no esquecimento por um tempo. Mas está retornando às casas com nova roupagem.
Vasos contemporâneos, de fibra de coco ou cerâmica, são boas alternativas para a planta. Vale lembrar, inclusive, que o xaxim, extraído de uma espécie de palmeria ameaçada de extinção, não pode ser comercializado. Na foto, o projeto de Rosângela Sabbag com samambaias de metro aplicadas ao painel de madeira.
Há quem tenha verdadeira compulsão por esses objetos. Compra em viagens, coleciona as lembrancinhas de maternidade e casamento e até os imãs com o telefone da farmácia. Como são coloridos, a chance de poluir o visual da cozinha é grande. A dica da arquiteta, para quem não abre mão dos objetos, é maneirar na quantidade. “Escolher somente itens com design retrô e fazer uma composição bacana, pode ter um bom resultado.”
A maioria dos paisagistas e arquitetos têm arrepios só de pensar nessas graciosas criaturas habitando o jardim. Mas, como nada é proibido, a indicação é ir pelo lado lúdico e divertido. Tem dúvida se ficará bom? Não use. Mas se o contexto é descontraído, por quê não? Um toque de humor não faz mal a ninguém. Na foto, anões fluorescentes da Jardinaria.