Decoração
O coelhinho da Páscoa mora no Juvevê; conheça sua toca
Fotos: André Eduardo dos Santos Filho/Gazeta do Povo
Em uma cabana do Juvevê, com diversos bichinhos, moram o Coelhinho da Páscoa e o Papai Noel. Neste caso, os dois personagens atendem pelo nome de Eliane Leichsenring, paisagista responsável por tornar a residência na Rua Elbe Pospissil um ponto de peregrinação para adultos e crianças, que ficam encantados pela decoração externa da casa.
Eliane, que mora na casa com o marido, o arquiteto Agnello Leichsenring, mais seus 5 gatos, 3 cachorros e passarinhos soltos que ela alimenta, conta que começou a decorar a parte externa da casa por sentir falta de um jardim interno. “A área externa tem uns 60 metros quadrados. Como o espaço de dentro é pequeno, resolvi incrementar lá fora. Minha casa é bem famosa”, declara.
A decoração de Páscoa na parte externa da casa se tornou uma tradição em 2005, enquanto a de Natal já dura 27 anos. Eliane conta que o gosto por enfeitar a residência nas duas épocas vem de família. O avô dela, nascido em Frankfurt, na Alemanha, sempre fazia questão de ter a casa adornada para as datas. “É uma coisa que eu gosto muito de fazer, transformar ambientes”. Como a decoração de Natal fazia sucesso, resolveu arriscar a levar a Páscoa para fora de casa.
A fama não veio de graça: além do paisagismo exuberante em frente à casa, com grande diversidade de plantas, a paisagista dedica longos períodos para decorar tudo do seu jeito. Enquanto a decoração de Páscoa toma aproximadamente dois dias para ficar pronta, o Natal é uma maratona, que começa 45 dias antes do feriado. Como os enfeites são integrados ao jardim, Eliane realiza a poda de todas as plantas, para depois colocar as luzes e enfeites: “chego a emagrecer três quilos. Levanto de madrugada e vou o dia inteiro. É um sobe no telhado e desce do telhado o tempo todo”, diverte-se.
A maioria dos visitantes apenas observa e tira fotos, mas há quem bata na porta para conversar e saber mais sobre a decoração. “As crianças deixam carta para o Papai Noel e chupeta para o coelhinho. Já ouvi pais falando ‘aqui é a casa do Papai Noel’”, lembra encantada. Eliane credita a grande movimentação infantil ao fato de haver uma clínica pediátrica logo em frente.
Detalhes feitos à mão
A paisagista é responsável também pela confecção das peças: os ovinhos, de isopor ou plástico, são lixados, pintados e adornados por ela. Decoração natalina é a mesma coisa. E tudo é armazenado para o próximo ano. “Haja lugar para guardar, mas é uma terapia, vou criando na hora. Às vezes eu vejo um material e penso ‘isso aqui vou usar pra alguma coisa’”.
Habilidades manuais são seu forte: a pintura da casa e pequenos consertos na parte elétrica também são por sua conta. Se alguém oferece uma mão para ajudar, Eliane é categórica: seu perfeccionismo não permite auxílio. “É com o meu jeito que tem que ser, ia atrapalhar ter mais alguém me ajudando, então acabo fazendo tudo isso sozinha. Não sei até quando, porque a idade já tá pegando”, conta, rindo.
Na vida profissional, o trabalho é compartilhado. Enquanto Agnello projeta casas, Eliane faz o paisagismo: “um complementa o outro”, diz.
A união do casal dura 44 anos e ambos trabalham em um estúdio dentro da residência, que foi erguida em 1945 pelo pai de Agnello. Após o casamento, ficaram com a casa e a reformaram. “Gosto de casa rústica, com telhado, jardim. As casas hoje em dia são quadradas demais”, declara.
Eliane conta que foi responsável por tornar a rua conhecida como “Rua do Natal”. Em outras épocas, a paisagista decorava completamente a via: “todos os taxistas conhecem”, comenta. A rua não está mais decorada, mas sua casa está sempre se transformando, não importa a época do ano. Seja pelas flores que trocam de lugar, pelos ovos ou pelas luzes, a cabana do Juvevê é sempre um convite à observação.
Confira outras fotos da casa:
* colaborou André Eduardo dos Santos Filho