Decoração
Móveis multifuncionais e upcycling transformam apê de 50m²
Apartamento de 50 m² teve sua planta reconfigurada com a abertura da varanda. Foto: Rômulo Fialdini
O mobiliário multifuncional foi a chave para a reforma do apartamento de apenas 50 m² do arquiteto Rafael Zalc, em São Paulo. O primeiro passo para otimizar o espaço foi reconfigurar a planta para criar ambientes permeáveis: a varanda, que ocupava 20% da área útil, foi integrada e se tornou a sala de jantar e escritório.
A valorização da iluminação natural foi um dos focos do projeto do apartamento, assinado por ele em conjunto com o escritório Rua 141. Para isso, as janelas não têm nenhum ponto de fechamento, e inundam a residência com uma vista privilegiada do bairro da Barra Funda.
À sua frente, foi instalada uma bancada em madeira de nogueira que, com uma linha contínua, ganha dois usos: serve tanto como banco para a mesa de jantar quanto como a própria bancada de trabalho. Nela, foram instalados pontos elétricos e gavetas embutidas, facilitando o uso profissional. A cadeira, assinada pelo premiado Estúdio Bola, tem estofado de couro e é propícia para o trabalho.
A pegada industrial permeia todo o apartamento, apostando em madeira de demolição no piso, no revestimento de concreto nas paredes e na estante central de vergalhão que tem dupla funcionalidade: além de ser suporte da televisão e de apoio para livros, cria uma privacidade ao espaço do quarto — mas sem isolá-lo da planta do apartamento. Os elementos industriais também atendem outra proposta do projeto: o upcyling — conceito de reaproveitamento de objetos para novos usos —, ressignificando esses elementos.
Para a arquiteta Mona Singal, do escritório Rua 141, o apartamento corresponde a uma demanda atual de permitir que a casa também se transforme em um ambiente de trabalho, com um espaço dedicado a essa função mas sem perder a linguagem do projeto de interiores. “Atualmente, os escritórios têm mudado sua proposta de trabalho, com menos profissionais em uma planta fixa, trabalhando no mesmo espaço”, afirma. “Cada vez mais se preza por essa qualidade de vida”.