Maior feira de decoração da França e uma das maiores exibições de decor e design do mundo, a Maison & Objet Paris 2022 acontece de 24 a 28 de março na capital francesa com mais de 1,8 mil expositores de todo o globo.
HAUS alia-se à startup Let's Arch e aos seus embaixadores do Italian Bark + SOMA Studio Milano para trazer as principais macrotendências e lançamentos apresentados no evento.
Designer do ano de 2022
Todo ano a feira francesa anuncia o designer do ano. Já receberam o título da designer britânica Ilse Crawford ao designer chipriano Michael Anastassiades, criador das luminárias mais desejadas do mundo. Nesta edição o título vai para o arquiteto francês Franklin Azzi.
"Tendo sido incapaz de apresentar sua instalação [de futurismo retrô] ao receber o prêmio em setembro de 2020, Franklin Azzi será agora o centro das atenções na edição de março de 2022", explica, por meio de nota para a imprensa, a Maison & Objet Paris 2022.
Trabalhando em seu próprio escritório desde 2006, Azzi desenvolve uma abordagem interdisciplinar que se baseia em um pot-pourri de perspectivas e disciplinas, provocando um diálogo entre arquitetura, design de interiores, design e arte moderna.
Do tipo de microarquitetura urbana encarnada pelo quiosque da Torre Eiffel até sua estrutura pré-fabricada para torres em Dubai e Paris, sem esquecer da requalificação de estruturas existentes, como os armazéns da Alstom em Nantes, seu trabalho é sustentado por uma busca contínua pela sustentabilidade sob medida.
Dando as costas ao estilo formal, Azzi desenvolve arquitetura minimalista em sua estética, e maximalista em sua funcionalidade multifacetada, defendendo resolutamente um retorno ao ‘senso comum’. Ele segue firmemente os passos do filósofo e urbanista Paul Virilio, o pensador e arquiteto de quem foi uma vez estudante.
Técnicas manuais + tradições + identidade cultural
Paris se rende ao Japão! A feira dedica dois espaços generosos para designers em ascensão do país asiático. A curadoria é do arquiteto japonês Kengo Kuma. Em suas criações aparece uma mistura habilidosa de técnicas artesanais com tecnologia.
Na avaliação da italiana Elisabetta Rizzato, do Italian Bark, e da publicitária goiana Ana Luiza Magalhães, do SOMA Studio Milano, que conduz estudos sobre tendência de comportamento na decoração, economia circular e materiais, isso mostra um movimento amplo de recuperação de tradições, de habilidades antigas, o que também ajuda a resgatar identidades culturais e a sensação de autenticidade e pertencimento.
Móveis portáteis de longa duração
Um dos destaques vai para a coleção Couro Inflável, da japonesa Satomi Minoshima, que discute o valor de móveis e objetos de decoração. Eles são mais leves, desmontáveis e portáteis, e foram pensados para durar mais do que produtos infláveis comuns, que geralmente são utilizados apenas em emergências. As cores são inspiradas nos tons de pele, enfatizando que a derme humana funciona como uma interface com o ambiente.
Colheita de ferrugem
Outro destaque vai para um projeto experimental do Studio Yumakano, que utiliza a ferrugem com resina para criar revestimentos. O material explora a imperfeição dos materiais, o desgaste natural que vem com o tempo, as texturas da oxidação e as diferentes matizes, permitindo aplicação em paredes, divisórias, bancos, tampos etc. O tamanho e a espessura são customizáveis.
Combinação descontraída de formas geométricas
A coleção de luminárias Suki, de Baku Sakashita, apresenta um novo olhar sobre as tradicionais lanternas de papel japonesas. Elas são versões desconstruídas que recriam o “ma” (espaço) entre a fonte de luz e o papel, em uma combinação descontraída de formas geométricas.
Novos materiais a partir de recursos "sem valor"
Material inédito feito pelo Studio Yumakano com recursos considerados sem valor para a indústria da construção e de móveis - que geralmente só têm olhos para as árvores das florestas -, como pequenas árvores, folhagens, casca de árvores, sementes e solo. Isso tudo é misturado a uma base mineral reativa com uma resina acrílica à base de água, sem solventes orgânicos ou componentes orgânicos voláteis.
Biofilia
Toru Kurokawa cria esculturas biomórficas com argila, inspiradas por estruturas biológicas, como colmeia, corais, germinação e cristalização.
Papel em movimento
Coleção Doshi, de Haruka Misawa, faz os papéis, um material importante para a cultura japonesa, dançarem a bel-prazer por meio de sua magnetização com partículas metálicas, mas preservando sua textura e visual originais.
Superfícies translúcidas
Superfícies que imitam as ondas do mar e da água, com um efeito brilhante, continuam fortes e são destaque nas criações de Jonathan Ausseresse, conhecido por seu conhecimento de vidro, da química da oxidação metálica e de pedras vulcânicas.
*Com Let's Arch, Italian Bark e Soma Studio Milano.