Decoração kitsch em mansão clássica é destaque na Itália

Há quem torça o nariz para aquele tipo de decoração multicolorida com um pezinho no kitsch. Ninguém é obrigado a gostar, claro. Mas os principais eventos de design e decoração do mundo vem flertado com o estilo.

E já pensou nesse design contemporâneo encapsulado em uma construção neoclássica superelegante?

Foi essa a proposta do hotel de luxo Byblos Art, em Verona, na Itália, que celebra 10 anos de existência este ano. A decoração de hoje contracena com a arquitetura neoclássica e não deixa nada a desejar em personalidade e charme.

O projeto de interiores recebe assinatura do prestigiado designer Alessandro Mendini, que trabalhou com formas geométricas em móveis criados por outros gigantes do design, como Ron Arad, Eero Saarinen e astro Philippe Starck.

O mix improvável se vê por todas as dependências do hotel: das esculturas abstratas pelos jardins tradicionais, dos afrescos conversando com mobiliários de linhas sinuosas, das salas de banho com luzes cenográficas, dos corredores coloridos repletos de arcos romanos.

A mansão que hoje abriga o hotel foi construída no século 18 pelo arquiteto italiano Ignazio Pellegrini. Toda a arquitetura original foi preservada, o que inclui as molduras ornamentais e os painéis nas paredes.

A obra de Pellegrini aproveitou diversos resquícios arquitetônicos de uma casa forte romana reformada pelo arquiteto Michele Sanmicheli no século 15.

O lugar também é considerado um museu de arte contemporânea a céu aberto. Reúne obras dos maiores nomes das artes de ontem e de hoje, como Tom Wessleman, Jim Dine, Anish Kapoor e Cindy Sherman.

Com essa releitura colorida do luxo e do neoclássico, o hotel já coleciona diversos prêmios. Ano passado foi coroado como o melhor resort da Itália pelo World Luxury Hotel Awards, já foi reconhecido como o hotel com a melhor arquitetura da Europa pela Condé Nast Traveller, e como hotel europeu com a melhor identidade gráfica pela Prix Villegiature Winter.

A diária do hotel começa em 241 euros, o equivalente aproximado a R$ 840, para os quartos mais simples. Mas sua lição mais importante não é financeira. A experiência do resort prova que a decoração não tem dogmas, e que luxo e bom gosto não são feitos apenas de tons nudes.