Decoração

Home theaters para quem quer um cinema em casa

Daliane Nogueira e Eloá Cruz, especial para a Gazeta do Povo
24/07/2014 03:16
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Projeto de Viviane Loyola com sistema completo instalado pela Euro Áudio. Teto com revestimento acústico, cortinas escuras e sofá retrátil ajudam a criar o clima de cinema. Os equipamentos são de ponta e o investimento foi de cerca de R$ 100 mil

Curtir um filminho à dois no sofá, reunir os amigos para torcer pelo time do coração ou organizar um campeonato de vídeo-game. Quem gosta de ficar em casa vem, nos últimos anos, incrementando do jeito que pode os espaços domésticos para ter imagem e som de qualidade, com televisores e aparelhos de reprodução de áudio e vídeo supermodernos e tecnológicos. Claro que, de olho na tendência, o mercado vem apresentando diversos tipos de soluções, que podem alcançar cifras impressionantes.
“O céu é o limite na hora de montar um home theater para quem deseja ter em casa as emoções do som e da imagem de cinema”, aponta Marcos Pereira, diretor da Euro Áudio, loja especializada na venda e instalação de equipamentos para home.
Mas, mesmo quando o orçamento não é elástico, é possível ter uma boa sala de home com aparelhos disponíveis nos grandes magazines. “Cada equipamento entrega uma qualidade de áudio e vídeo. Tudo vai depender de quanto se quer investir, mas é possível melhorar a condição de um equipamento mais simples quando se faz a instalação e posicionamento corretos”, lembra Marcelo Bubniak, consultor da AB Áudio e Vídeo.
Os especialistas garantem que é possível projetar um home theater com conforto e bom desempenho em uma área de aproximadamente 9m² – um cômodo de 3m x 3m. Dá também para explorar ao máximo ambientes multiuso. “São comuns os homes integrados a espaços gourmet, salas de jantar ou outras áreas de entretenimento, como spas e salas de jogos”, comenta a designer de interiores Carla Gil Heller.
Vale lembrar, no entanto, que em um ambiente totalmente fechado, com tratamento acústico e pouca interferência de luz e outras fontes de barulho, a qualidade da imagem e do som é melhor, aponta Bubniak.
Outra opção para espaços integrados são os sistemas com propagação de som tridimensional que dispensam o uso de diversas caixas espalhadas pela sala. “Ele é diferente do tradicional, que tem um som potente em um único produto, sem o uso de várias caixas e fiação”, explica Eros Nicanor Nicz, diretor da loja curitibana da marca suíça Geneva, que fornece o sistema de som tridimensional.
Kit básico
Para começar a montar uma sala de home theater, o ponto de partida é o televisor, que deve ter tamanho compatível com a sala (veja como calcular no box ao lado), tocador de DVD ou blu-ray, receiver (o coração do home theater, onde ficam ligados todos os equipamentos de áudio e vídeo) e o sistema de som 5.1, formado por cinco caixas acústicas e um subwoofer.
A caixa frontal é instalada logo abaixo da tevê e reproduz a voz; as duas caixas laterais transmitem a ambientação da cena e o som estéreo de um show, por exemplo; as duas traseiras ou surround reproduzem os efeitos da cena, como palmas, o barulho do tiro, o som do avião; e o subwoofer, que normalmente fica no chão devido à vibração, gera as baixas frequências de som, como os graves.
Para quem tem sala grande e quer sofisticar, há os sistemas de som 7.1, que acrescenta duas caixas traseiras. Essas, porém, devem ser posicionadas atrás do sofá, a pelo menos 1,50m de distância, para se obter o efeito desejado.
As caixas podem ser grandes ou pequenas, aparentes ou embutidas no teto de gesso e há os modelos em torre, que se tornam um elemento decorativo no ambiente. “Em home theaters instalados em ambientes integrados, a acústica fica melhor quando as caixas são acopladas no forro de gesso para que o som saia de cima para baixo, criando um espaço sonoro mais concentrado”, aponta Marcelo Bubniak.
Para todos os bolsos
Seja em um ambiente exclusivo, integrado, grande ou pequeno, a dúvida sobre quais equipamentos escolher e como harmonizar os aparatos eletrônicos com a decoração é recorrente. Pensando nisso, a Viver Bem Casa & Decoração elaborou um roteiro com dicas e sugestões de projetos. Os espaços foram selecionados pensando na faixa de investimento nos produtos de áudio e vídeo. Há projetos a partir de R$ 5 mil, outros intermediários de até R$ 15 mil e os mais completos que vão de R$ 15 mil a mais de R$ 100 mil. Não foram considerados os gastos com mobiliário e objetos de decoração.
Decoração também influencia na acústica e na imagem
A acústica do espaço tem relação direta com os revestimentos usados. “Piso frio, vidros e espelhos causam reflexão sonora e dificultam a boa acústica. Podem ser usados, mas não em grande escala. Se o piso for um porcelanato, por exemplo, é interessante ter um tapete que compense a reflexão do som”, explica a arquiteta Viviane Loyola. Para salas mais sofisticadas ela indica o uso de cortinas pesadas e revestimentos acústicos no teto.
Para usufruir ao máximo do som e da imagem de cinema oferecidos pelos aparelhos, a disposição dos móveis deve seguir algumas regras básicas. Como as caixas acústicas precisam estar em seus devidos lugares, o sofá é posicionado de frente para o televisor, e centralizado no espaço, para que se desfrute dos efeitos sonoros e visuais do sistema. As cores mais recorrentes nesses espaços são o preto, cinza e marrom. “É o que mais combina com o clima de cinema, mas nada impede o uso de cores mais fortes e marcantes, especialmente nos detalhes”, observa a arquiteta Samara Barbosa.
O mobiliário que vai abrigar a tevê e os demais equipamentos, deve ser projetado sob medida para comportar todos os equipamentos. “O que vem sendo mais usado são os painéis com todas as furações para a passagem dos cabos”, aponta Greice Magadan, gerente de arquitetura da New Planejados.
A iluminação bem planejada também permite visualização correta do conteúdo reproduzido na tela. “A iluminação deve ser suave e indireta, com os pontos de luz sendo projetados para o teto ou para as paredes. O melhor são as luminárias embutidas em sancas de gesso e com foco independente de luz”, comenta Viviane. Nas salas com projetor não é recomendável o uso de lustres centrais, que atrapalham a projeção da imagem.

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