Decoração

Criatividade no DNA

Laura Beal Bordin, especial para a Gazeta do Povo
19/12/2013 02:14
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Natural de Santa Catarina, o designer de produtos Roberto Mannes Júnior cresceu no meio da indústria moveleira. Neto do criador da Mannes, sempre achou que seu dom era especificamente artístico, até trabalhar em um centro de design em Nova York. Depois de abrir seu próprio escritório, ele é – como ele mesmo se define – o pai, o marido e o amante da Benita Brasil, marca de design de móveis genuinamente nacional: desde seus designers até a tecnologia utilizada. Benita significa abençoado em esperanto, língua criada para ser universal e sem preconceitos, assim como Mannes Júnior. Abençoado pela criatividade e internacionalmente brasileiro.
Como o negócio da sua família influenciou na sua formação?
Desde pequeno, sempre gostei de mudar as coisas, consertar o que estava quebrado. Ganhava um carrinho de presente e, em algumas horas, o motor se transformava em helicóptero e a carcaça virava qualquer outra coisa. Sempre encarei isso como curiosidade, um dom artístico, algo me dizia para eu seguir outro caminho e aproveitar essa característica profissionalmente.
Como se deu a transição?
Comecei a perceber isso quando fui fazer uma aventura em Nova York, no Metropolitan Design Center. Fiquei lá por dois anos e fui forçado a desenhar. Aprendi rápido e tive vontade de continuar. Quando voltei para o Brasil, abri meu próprio escritório de design.
Como funciona o seu processo criativo?
São duas formas: a criação pela vontade de fazer um produto sair do desenho e se tornar real, ou pela necessidade do consumidor. Na Benita, existem produtos mais retos e funcionais, que atendem às necessidades, e os mais ousados, como a poltrona Fantasma, que transforma o ambiente, ou a Mess, que é feita com
mola de caminhão. Consegui unir as necessidades do designer e do consumidor em um só produto.
Como você encara o design brasileiro?
Ele está em processo de transformação, principalmente no que diz respeito à diversificação de matérias-primas. Antes, os móveis eram sempre feitos de madeira – aparente, torneada, trama de madeira. Na Benita, por exemplo, usamos tecnologia nacional para substituir este material tradicional. Tudo feito aqui, desde a base, até o desenho dos tecidos.