Decoração
Cozinhas mais inteligentes e com acabamento natural
A bienal Eurocucina, mostra de móveis para a Cozinha do Salão de Milão, também espelhou o momento critico pelo qual está passando a Europa . “Tecnicamente falando, as empresas não apresentaram grandes novidades, e sim mais adaptações aos modelos dos anos anteriores”, afirma Tobia Cinetto, da Cinetto Itália.
Do ponto de vista estético, segundo ele, também não houve grandes novidades, mas a confirmação de tendências presentes há três ou quatro anos. “Permanecem as cores bem marcadas, as linhas retas e muita racionalidade no desenho. Outra característica que se percebe é a integração dos elementos funcionais nas mesmas linhas retas: quase não se veem mais, por exemplo, os puxadores externos, utilizam-se mais perfis puxadores integrados nos painéis”, explica o italiano.
Assim como nos projetos do Salão de Móveis, as cozinhas estão deixando o branco cada vez mais de lado para incorporar ora cores vivas (principalmente laranja, amarelo e azul), ora tons amadeirados, que se mostram como a grande tendência em termos de acabamento. “O que se observa muito é o uso de materiais que remetem à natureza, como a madeira e até mesmo mármores e granitos em acabamento fosco, dando uma ideia de que passaram pela mínima intervenção possível”, afirma Sergio Saito, da Givi Mobili e da Cinetto do Brasil.
A madeira, aliás, é uma tendência bem forte quando se fala em mercado curitibano. “No Sul do país, principalmente em Curitiba, busca-se muito este laminado em tom amadeirado, que pode aparecer sozinho ou vir acompanhado de outros materiais, como pedras e vidro”, diz Alexandre Toffani, designer de produto da Kitchens.
Nos interiores dos móveis, a maioria dos projetos do Salone traz laminados em tons lisos, principalmente, em cinza. E, claro, sempre utilizando muita “inteligência”: as gavetas sempre trabalhadas com muitas divisões – úteis para evitar o deslizamento de objetos –, o que parecia um simples painel, de repente mostrava-se como um armário e até pequenos cantos eram aproveitados, com o uso de ferragens que traziam os espaços para fora do móvel.
Outra característica muito forte foi a aposta em projetos extremamente limpos, que incorporavam grandes painéis com poucas intervenções (como os puxadores invisíveis) e que escondem os eletrodomésticos e as áreas de trabalho. “A geladeira embutida, e que desaparece atrás de um painel, é um recurso muito usado nos Estados Unidos e que deve começar a ficar mais frequente no Brasil”, prevê o designer de produto da Kitchens.
Para permitir este jogo de mostra e esconde, muita tecnologia nas portas. “Um sistema muito adotado é o de portas coplanares, em que elas ficam lado a lado, sem que haja uma diferença de profundidade entre elas. Quando uma é aberta, se sobrepõe à outra. Isso resulta em espaços mais limpos, ao tirar o efeito das emendas”, explica Alexandre Toffani.