Decoração

Cortinas: as roupas de casa

Daliane Nogueira
01/09/2011 03:01
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Elas vestem janelas inteiras, de modo a proteger a privacidade de quem está dentro de casa. Arrematam ambientes, criam a sensação de aconchego pelo toque macio e pela luz quente filtrada.
Às cortinas, que numa sala parecem ser mero detalhe, cabe a tarefa de se combinar com os demais elementos e completar a ambientação. E olhe que elas, geralmente, ficam para o fim do projeto, depois de sofás, tapetes e outros móveis dispostos no cômodo principal da casa.
Os modelos sob medida são os mais indicados para a sala, pois permitem grande variedade de acabamentos e projetos exclusivos.
As cortinas com metros e metros de tecido pesado, bandô e pregas suntuosas ficaram no passado. “O que se vê na decoração das salas é a proposta da leveza, com materiais modernos e acabamentos finos”, diz Zília Merhy, sócia da empresa Maria Cláudia Merhy Interiores, especializada em cortinas, colchas e almofadas.
Ela explica que apesar de a cortina ser um dos últimos itens a entrar na casa, as cores e o modelo precisam ser definidos no momento em que se pensa na decoração. “A cor dos móveis, estofados e piso influenciarão na escolha da cortina. Além disso, é preciso decidir se será feita com cortineiro de gesso, madeira ou se será usado um varão”, diz Zília.
Proteção
A estética é apenas uma das funções da cortina, que serve principalmente para proteger piso, móveis e tecidos da incidência do sol e dar privacidade. Os confortos térmico e acústico também estão entre os benefícios.
Na hora da escolha, é preciso levar em consideração o modelo que se adapta ao posicionamento do ambiente. “Quando o sol é muito forte na sala, não tem como fugir de um forro mais fechado ou mesmo um blackout, especialmente se a sala tem tevê”, comenta a arquiteta e gerente da Irma Decorações, Fabiane Felizari.
Nas janelas de face sul (a menos ensolarada), tudo o que se quer é preservar a claridade e a cortina servirá como toque de decoração. Os modelos transparentes, nesse caso, podem ser uma boa solução. “Por vezes só um voile com um xale bem leve já dão graça à decoração e protegem na medida certa”, completa Rose Souza, do Ateliê Atualle.
Apesar de as cortinas em tecido garantirem mais aconchego, há quem prefira investir nas persianas, pela praticidade na hora da manutenção. Os modelos que se adaptam bem às salas são as persianas romana ou rolô, ambas feitas em tecido. As horizontais também são boas soluções para fazer o acabamento do espaço sem impedir a brisa de entrar em casa. “Mesmo nesses casos é possível personalizar a peça usando xales nas laterais para o acabamento”, diz Fabiane.
Praticidade
As cortinas também entraram na onda dos sistemas de automação residencial, e é possível instalar motores nos trilhos para controlar remotamente o abrir e fechar das peças. “Costumo recomendar o serviço para as cortinas ou persianas mais pesadas, em casas com pé-direito duplo e para home theater, que já têm automação do som e telão. O preço ainda é um pouco elevado (cerca de R$ 1.500 para cada trilho do tipo suíço), mas é conforto garantido”, explica Fabiane.
Caimento perfeito
A escolha do tecido e a conferência das medidas são os primeiros passos para dar forma à cortina. “As cores costumam seguir as paletas neutras, como branco, bege e alguns tons de cinza”, diz a designer de interiores Gisele Busmayer.
Quase sempre se opta por duas ou três camadas nas cortinas. “A diferença é o uso ou não de um forro, que ajuda a proteger a cortina principal e o xale do sol e da poluição”, comenta Zilia Merhy.
Os tecidos escolhidos para essa camada são, normalmente, os sintéticos (gabardine, poliéster, tergal e microfibra), mais baratos e bastante resistentes. O forro também ajuda a dar volume e bom caimento a uma cortina de tecido nobre, como a seda.
Para a segunda camada aparecem os tecidos leves, como organdi, voile, gaze de linho e chiffon. No xale, a gama de tecidos é variada e toques mais ousados são permitidos. “O que aparece com força nos projetos mais modernos e elegantes são a seda rústica e o veludo”, diz Zilia. Oxford, cetim, chenille e shantung são outras opções. Pingentes de seda ou de cristal são bons acabamentos.
Modelos
A recomendação geral para as salas de estar são cortinas que vão do piso ao teto, criando o efeito de ampliação do pé-direito, o que valoriza a arquitetura da casa. “As cortinas modernas usam pregas menos trabalhadas, como a macho, a wave (onda) e as pequenas nervuras”, afirma Zília.
A conta para descobrir a quantidade de material necessário depende da altura e da largura que se pretende dedicar à cortina. “É necessário passar 25 ou 30 cm de cada lado da janela para evitar o vazamento de luz”, recomenda Fabiane. Quanto à distância até o teto, deve-se optar por instalar o cortineiro ou o varão de 20 a 30 cm acima da janela. “Não se pode esquecer da barra, que é dupla (exige o dobro de tecido) e deve ter ao menos 50 cm para deixar a cortina mais elegante. O ideal é finalizar a barra à mão, no local de instalação, para não haver diferença de nível e deixá-la rente ao chão”, recomenda Zília.

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Serviço:
Maria Claudia Merhy Interiores — (41) 3672-1186.
Irma Decorações— 41) 3367-5400.
Ateliê Atualle — (41)32757404.
Gisele Busmayer — (41) 3557-6860.
Viviane Loyola — (41) 3079-3702.
Marcia Campetti — Fone (41) 3247-7381