Há 35 anos, a designer Anna Maria Vianna Baptista, 67, escolheu o bairro São Lourenço para construir a sua Primeiro de Maio, cidade no norte do Paraná onde foi criada com as irmãs pelo pai, o médico Milton, e a mãe, a escritora Vera. A casa pulsa de tantas histórias. São objetos e móveis dos avós maternos e paternos, como a colcha centenária que virou cortina, a cadeira vermelha que fazia parte do consultório do pai, uma mesa de raio-x antiga, os livros da mãe, os poemas de uma das irmãs, as peças em ferro. “São as minhas referências, não vivo sem elas”, resume.
Tudo tem uma origem. A casa de Anna é forrada de obras de arte. Muitas do tempo em que organizava mostras e exposições. A garimpagem virou profissão. Adotou o nome “artístico” Anna Maria Kluppel, uma homenagem à avó, e passou a usar sua sensibilidade para ajudar seus clientes a escolher peças que tenham significado e história. “É uma forma de morar e sentir a casa, sabendo a origem de cada coisa”, pontua. O resultado final é uma casa com alma.