Uma curiosidade comum aos amantes da arquitetura é a de conhecer as “casas” que os arquitetos e designers de interiores projetam para si mesmos. Quais são seus gostos e desejos para um espaço. No caso do arquiteto curitibano Mauricio Pinheiro Lima, manter viva as memórias das viagens, da família e dos livros foi a premissa do projeto que desenhou com a sócia Carla Mattioli para o apartamento de 66 m² que mantém em São Paulo.
“Tenho mania de guardar coisas. Coleciono livros, quadros, vasos, coisas que vou comprando”, admite. Para abrigá-los e destacá-los, uma estante atravessa toda extensão do apartamento, indo da sala até o quarto. A divisão desses ambientes é garantida por um armário, que funciona como guarda-roupa no dormitório e painel para a TV na área social. A mesma linha da marcenaria é seguida na cozinha, que tem na geladeira seu principal destaque. Embutida no armário, ela está escondida por uma porta, fazendo pensar que o imóvel não conta com o eletrodoméstico.
O balcão da cozinha foi substituído pela mesa de jantar. Com seis lugares, ela traz bancos no lugar das cadeiras, o que garante amplitude visual ao espaço. “Por não ter costas, o banco serve quem está jantando ou conversando na sala em um mesmo móvel. Com isso, pude optar por um sofá maior, de três lugares”, detalha Maurício.
Os pontos de cor e o estilo do apartamento é garantido pelas peças de design assinado, como a poltrona Pavo Real, de Patricia Urquiola, e o neon do artista paranaense Ale Mazzarolo. “Fiz algo autoral, queria contar a minha história”, resume o profissional.