*Idade: 46 anos
*Como você definiria seu perfil profissional: com uma única palavra – multifacetado
*Atividades além do design: colecionismo (de arte, vasos, objetos), artista (exercitar a profissão) e esporte (academia)
Como começou seu trabalho como designer?
Desde a infância, desenhando com o olhar. O design de produto eu comecei em 2001, a partir da série Entrelinhas, em acrílico listrado, que remete à estamparia têxtil.
Como é sua busca pela inovação? O que o inspira?
O tempo todo eu fico pensando em inovar, mesmo sabendo que atualmente seja mais complexo criar algo que seja realmente relevante. O que me inspira é a arte e observar tudo que acontece no mundo. O dia a dia é muito inspirador para criar novos produtos para as necessidades humanas.
Como se deu sua aproximação com a moda?
A minha aproximação com a moda foi em 1999, quando fui convidado pelo Giovanni Bianco para desenvolver a exposição “Fhotojeanic”, para a Forum. O resultado final foi um sucesso e, com isso, fui convidado pelos responsáveis da marca a criar cenários para os desfiles. Após todo esse envolvimento, com várias marcas de moda, a convite da empresa GEP, surgiu o escritório para criar conceitos arquitetura de varejo – desde 2005.
Seu trabalho é plural, variando entre o design de produto, a cenografia e interiores. Como manter a criatividade em todas as frentes?
Acredito que seja justamente a flexibilidade de poder transitar em áreas como arte, arquitetura, moda e design. O contato com todas estas áreas me instiga a exercitar a criatividade e a criar efetivamente.
O acrílico é uma marca dos seus produtos. Por que trabalhar com esse material?
Eu não diria que é uma marca, mas uma identidade criada. Tive de me reinventar para trabalhar com ele, mas não é meu único material. O acrílico é uma das matérias primas que eu domino, assim como madeira, metal e tenho também um desejo enorme de desenhar produtos com plástico injetado para a indústria. Há duas coisas muito interessantes no acrílico: ele pode ser conformado (você aquece e pode moldá-lo) e permite o uso cores, em infinitas combinações. Isso sem contar que é uma matéria prima translúcida e leitosa.
Como surgiu a técnica de listras que você patenteou?
Como toda grande ideia, ela surgiu em um insight, em uma fração de segundos. Isso aconteceu através da montagem de um cenário, onde eu vi uma tonelada de acrílico encostada na parede. A partir deste insight, houve a pesquisa para criar a nova matéria prima, e após a primeira peça piloto patenteamos o sistema de acrílico listrado, com padronagens exclusivas, que deu origem à série Entrelinhas. Isso foi em 2001. Essa inovação rendeu, em 2006, o iF Design Award, um dos mais importantes prêmios de design do mundo, para duas luminárias da série.
No seu trabalho, há uma preocupação com a sustentabilidade. Como unir isso ao trabalho industrial de design?
A preocupação com a sustentabilidade vem desde a minha casa. Eu, por exemplo, reciclo o meu lixo de casa há 11 anos. Não acredito que as coisas aconteçam de uma hora para a outra. Sustentabilidade é hábito. Procuro usar matérias primas ecológicas, um sistema inteligente, melhorar a logística do transporte, pra que se possa minimizar o impacto. Acredito que a cadeia da sustentabilidade começa em casa, mas a indústria mundial também tem de pensar em produtos mais duráveis. Chega de “fast” em tudo que consumimos.
O lançamento da m ao quadrado veio com a vontade de democratizar o design de produto. Você acha que o Brasil está nesse caminho?
O Brasil não está nesse caminho. Eu acredito que o Brasil necessita desse conceito de democratização no ponto de venda, para aculturar lojistas e o consumidor final. Com isso, teremos cadeia democrática e consciência do real valor do produto. Assim inibiremos a cópia e poderemos, na cadeia, mostrar ao Governo Federal que o design é um patrimônio intelectual do país, como acontece hoje com a música.
A coleção apresenta móveis multifuncionais e componíveis. Você acredita que essa é uma boa forma de decorar com mais criatividade?
Tanto acredito, que foi criada a marca. Hoje nós somos guiados por uma grande massa e precisamos ter algo pra estimular a criatividade das pessoas e a autoestima. Fazendo essa proposta, é um caminho para as pessoas aplicarem sua criatividade e decorarem suas casas sentindo-se únicas. Com a m ao quadrado, os consumidores interagem com os produtos.
Tanto acredito, que foi criada a marca. Hoje nós somos guiados por uma grande massa e precisamos ter algo pra estimular a criatividade das pessoas e a autoestima. Fazendo essa proposta, é um caminho para as pessoas aplicarem sua criatividade e decorarem suas casas sentindo-se únicas. Com a m ao quadrado, os consumidores interagem com os produtos.
Quais seus projetos para 2012?
Temos vários projetos em andamento, mas o que eu destacaria é dar continuidade ao meu trabalho de arte, como artista – foi paralisado em função de todos os outros negócios –, e agora encontrei um caminho para viabilizá-lo novamente e também criar produtos para outras empresas.