Um novo uso para materiais já conhecidos. Essa premissa pode ser vista na Casa Cor Paraná, onde dois espaços aproveitam o vidro acidato, material similar ao vidro jateado que torna os vidros semitransparentes para revestir portas e paredes. No caso, os ambientes Resto Garden Compagas e Toilette Funcional, respectivamente do paisagista Wolfgang Schlögel e dos arquitetos Eloisa Pasternak Montemezzo e Marcel Takahira.
No Resto Garden Compagas, Schlögel faz uso do material para cobrir paredes na entrada do ambiente, uma escolha inusitada, visto que o comum é utilizar papéis de parede ou painéis de madeira. Já no Toilette Funcional, Montemezzo e Takahira utilizaram o argentato, técnica do acidato aplicada em espelhos, na porta do ambiente.
Apesar de suas semelhanças com o vidro jateado, o acidato é considerado “superior” pelo seu processo: o vidro recebe um banho de ácido que o torna imune a manchas e gordura; o jateado é texturizado por partículas de areia, que pode acumular sujeira ao longo do tempo. Enquanto o primeiro possui um aspecto mais homogêneo e aveludado, o segundo é mais áspero e não pode ser temperado.
A escolha pelo vidro como revestimento, segundo Thiago Homero, da Ibero Glass, empresa curitibana que é a única do Brasil a fabricar o material, se dá mais pelo visual do vidro. “Acredito que a principal razão seja o resultado estético que o vidro acidato proporciona. Tem a questão funcional de não absorver manchas, mas as demandas que chegam geralmente o procuram pelo resultado estético”, conta.
Além de revestir portas e paredes e de seu uso mais comum, como divisórias, o acidato pode ser lapidado, bisotado e curvado, todas as possibilidades que o vidro comum e o espelho já permitem. A manutenção e limpeza seguem a mesma linha dos materiais: não exige nenhum cuidado especial, apenas água e sabão neutro. O vidro acidato possui custo médio de R$ 85 o metro, enquanto o argentato custa R$ 140 o metro, segundo informações da Ibero Glass.