Abril é o mês do Salão do Móvel de Milão. Falar de outro assunto é quase pecado. Mas eu me permito porque, duas semanas antes, aqui em Paris, aconteceram três exposições de tirar o fôlego, onde foram apresentados mobiliários e arte decorativa “preciosos”. São preciosos pela arte do savoir-faire (saber-fazer), que os franceses dominam à perfeição.
O AD Collections ocupou três salões do Ministério do Exterior e do Desenvolvimento Internacional, no Quai d’Orsay. Salões de pompas e honras, de dourados, cristais, xadrezes no piso, sedas, veludos e jardins ao longe, que abrigaram obras de 50 autores.
De lá caminha-se até o Pavilhão de Arte e Design, atravessando o Jardin de Tuilleries da rive gauche à rive droite, onde o conjunto de galerias se reúne para mostrar e vender suas excepcionais coleções de 2015.
A mostra RE Corbusier, por sua vez, apresentou 16 obras contemporâneas na Maison La Roche, também chamada de Fundação Le Corbusier, em homenagem ao pai da arquitetura modernista.
As três exposições se abrem ao público para mostrar, seja pela exuberância ou pelo minimalismo, as mais suntuosas criações da atualidade, feitas em pequenas séries ou objetos únicos.
As três exposições se abrem ao público para mostrar, seja pela exuberância ou pelo minimalismo, as mais suntuosas criações da atualidade, feitas em pequenas séries ou objetos únicos.
São muxarabies, florestas e flores rendadas, bordadas e desenhadas em latão, prata e ouro. Coloridos exóticos, porcelana, cashemire e sedas, tudo trabalhado com um olhar preciso e, às vezes, intuitivo. Seixos fosforescentes, madeiras, vidro e mármores naturalmente desenhados como obras-primas. Objetos de identidades masculino-feminino, brutalismo-sutileza. Requinte nas formas, cores, proporções e atitude, caracterísitcas que transformam cada criação em poesia e beleza.